Valorização da “geração matures”

De Outro Canal, por Daniel Castro

Público desprezado pela publicidade e pela programação das TVs, as pessoas com mais de 60 anos finalmente começam a despertar interesse.

Na última edição de seu “Bip”, boletim voltado para anunciantes e agências, a Globo lança um estímulo por mais anúncios para o que chama de “geração matures” (maduros).

“A geração matures é formada por pessoas com mais de 60 anos, conhecida como a idade de ouro. Esse público, que representa 10,5% da população brasileira, ou quase 20 milhões de pessoas, vem crescendo”, anuncia a publicação.

Em três páginas, o boletim lembra que a expectativa de vida do brasileiro passou de 69 anos em 1997 para 73 em 2007. Afirma que hoje 9,7 milhões dos domicílios do país têm “famílias intergeracionais” (três gerações) e que, em 53% desses lares, os idosos representam mais da metade da renda.

O “Bip” traz ainda um estudo feito pela Central Globo de Marketing cruzando dados do Ibope e do IBGE. Segundo o trabalho, a “geração matures” consome 14 horas de TV por semana; 86% veem TV das 20h às 22h e 42% assistem a programas de auditório.

A Globo divide os “matures” em quatro perfis (questionadores, modernos, conservadores e festeiros) e aponta alguns parâmetros de consumo: a maior parte dos “festeiros” (23%) vive em São Paulo e 46% dos “modernos” têm computador.

“É um público que merece ser mais bem tratado. Temos um grande mercado para ser explorado”, disse à Folha Willy Haas, diretor-geral de comercialização da Globo.