O celular na vida de hoje

Dois estudos foram feitos pela empresa Synovate em vários países do mundo. Em junho 8 mil entrevistados votaram online em 11 países, mas o Brasil não participou. Outro estudo foi feito em cinco países da Ásia (Hong Kong, Malásia, Filipinas, Taiwan e Tailândia) além de Brasil, Grã-Bretanha, Canadá, Egito, França, Alemanha, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos. Foi conduzida em julho, em entrevistas por e-mail, telefone e pessoais envolvendo 13 mil questionários.

Entre as descobertas divulgadas na imprensa:

– A maioria das pessoas não pode viver sem seus celulares, nunca sai de casa sem eles e, se for dada uma escolha, preferia perder a carteira. Os mais viciados são os russos e os cingapurianos.

– Metade das pessoas usam o SMS para flertar. As três funções mais usadas nos celulares são o alarme, a câmera e os jogos. O uso de email e internet ainda é limitado (uso maior entre americanos e britânicos).

– Os americanos estão muito preocupados com o avanço da tecnologia do celular dentro dos aviões. A maioria é contra o uso de celulares dentro dos aviões.

Veja artigo de Marcelo Ambrosio, do JB Online, na íntegra:

Jet Lag – Ninguém quer celular a bordo nos EUA
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marceloambrosio

Os americanos estão muito preocupados com o avanço da tecnologia do celular dentro dos aviões. Mais do que no resto do planeta. Com a disseminação do serviço obtida a partir da transformação da aeronave em um provedor de acesso – reduzindo a um mínimo a emissão de sinais pelos aparelhos – a discussão agora passou a ser se é politicamente correto usar. Sempre achei que esse comportamento era só deles, mas uma pesquisa divulgada esta semana me desmentiu. O estudo foi feito pela empresa especializada Synovate em vários países do mundo – cinco países da Ásia (Hong Kong, Malásia, Filipinas, Taiwan e Tailândia) além de Brasil, Grã-Bretanha, Canadá, Egito, França, Alemanha, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos. E concluiu que a maioria dos viajantes aéreos não gostaria de ter um tagarela pendurado no telefone durante o vôo.

Como em toda revolução tecnológica, a possibilidade de se encerrar o período de isolamento forçado entre o pouso e a decolagem me encantava mais do que qualquer objeção comportamental. Porém, na viagem mais recente que fiz, uma Ponte Aérea na semana passada, percebi que vai ser mesmo um inferno se todo mundo puder usar.

O sujeito na fileira ao lado, no vôo de volta, alinhavava aparentemente algum tipo de contrato comercial. Sem se importar em saber se incomodava, falava como se estivesse em pé diante da turbina ligada. Eu e mais outros dez ficamos sabendo de todos os detalhes, incluindo preços, prazos de entrega e até a avaliação pouco abonadora que ele fazia do próprio chefe. Sigilo zero, falta de educação, dez.

A pesquisa da Synovate bate nessa tecla. Foi conduzida em julho, em entrevistas por e-mail, telefone e pessoais envolvendo 13 mil questionários. Cerca de 77% dos entrevistados, todos viajantes freqüentes, declararam que a idéia de ouvir as conversas alheias (e seriam muitas) em um espaço confinado é demais para muita gente. Eu concordo, tanto que usualmente recorro não aos telefonemas quando embarcou ou desembarco, mais aos torpedos ou o próprio sistema de chat.

A taxa de rejeição foi mais alta ainda entre os asiáticos, chegando a mais de 90% dos entrevistados. Na Grã-Bretanha, França e Alemanha o índice igualmente foi elevado. Na outra extremidade ficaram os cidadãos dos Emirados Árabes, com 47%, e Egito, com 48%.

O curioso no levantamento é o fato de que 57% dos entrevistados, por outro lado, gostam de conversar com o companheiro de viagem. Dependendo de quem seja, é o lado ruim – eu, pelo menos, nunca dei muita sorte nesse quesito. Filipinos e malaios são os que mais gostam de bater papo, segundo a Synovate pelas características migratórias desse país. Já os tailandeses, a turma de Taiwan e o pessoal de Hong Kong não querem ouvir nem falar de trocar confidências num vôo.

Escarafunchei a pesquisa de todo jeito para saber a opinião dos brasileiros sobre a questão do celular. Aparentemente deduzi que estamos no meio do caminho. Mas a companhia de pesquisa nos destacou como um dos públicos mais entusiastas na busca por passagens mais baratas – o que é uma distorção se conhecemos bem a forma como o nosso mercado opera em relação aos outros. Ganhamos até dos britânicos e dos canadenses inclusive na preferência pelo uso intensivo da pesquisa de internet em torno dos preços.

A pesquisa chega em um momento no qual a Federal Aviation Administration (FAA) ainda se debate em dúvidas sobre a liberação definitiva. De acordo com a Synovate, seis em cada dez americanos não querem o equipamento sendo utilizado durante os vôos. O impressionante é que essa convicção atravessa todas as idades, concentrando-se principalmente (51%) na faixa entre 18 e 24 anos, ou seja, justamente a geração mais habituada a conviver com essa tecnologia. Entre os que tem mais de 45 anos, o índice cai para 32%.