Month: março 2010

Pesquisas de opinião devem ser registradas a partir de 1º de janeiro de 2010

Do Centro de Divulgação da Justiça Eleitoral

O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou por unanimidade nesta quarta-feira (16/12/09) a instrução que define o dia 1º de janeiro de 2010 como data a partir da qual as pesquisas de opinião relativas aos candidatos, para conhecimento público, devem ser registras na Justiça Eleitoral com antecedência mínima de cinco dias de sua divulgação. As pesquisas são relativas aos candidatos nas eleições 2010, marcadas para 3 de outubro.

As pesquisas referentes a presidente da República serão registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e as de governador, senador e deputados federais e estaduais, no Tribunal Regional Eleitoral do Estado pelo qual o candidato vai concorrer.

Para registrar a pesquisa, as empresas devem informar, entre outros dados, quem contratou e pagou a consulta; o valor e origem dos recursos para realizá-la; a metodologia, o período e o sistema interno de controle e verificação, conferência e fiscalização da coleta de dados. As empresas ainda devem apresentar o plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução e nível econômico do entrevistado; a área física de realização do trabalho e a margem de erro.

As pesquisas realizadas antes das eleições poderão ser divulgadas a qualquer momento, inclusive no dia do pleito. A divulgação de pesquisa não registrada sujeita os responsáveis à multa que varia de R$ 53.205,00 a 106.410,00. Quem divulgar pesquisa fraudulenta, além do pagamento da mesma multa ainda pode ser punido com detenção de seis meses a um ano.

Clique aqui e leia o texto aprovado pelos ministros na Instrução 127

Qualidade dita o consumo

Do Diário do Nordeste, em 21/03/10

Com maior poder de consumo as classes C, D e E exigirão cada vez mais: melhores produtos, melhor qualidade de vida e até melhores governos. As palavras de ordem são o acesso e a qualidade. Dessa forma, as marcas que souberem conjugar a melhor relação custo-benefício serão recompensadas com a sua fidelidade. “São pessoas que preferem pagar mais se reconhecem e utilizam ao máximo as funcionalidades dos produtos”, explica Renato Meirelles, do Data Popular. Nesse sentido, o estudo aponta que as marcas não podem errar: “o produto precisa durar o mês inteiro, agradar a família e funcionar. O baixo preço chama a atenção e estimula a experimentação, mas ele precisa entregar o que promete”.


Capilaridade

Uma outra característica inerente ao comportamento deste consumidor é que cada vez mais proximidade geográfica e relacionamento estarão ligados. Segundo a pesquisa, não são raros os casos de quem vai todos os dias ao mercado, perto de casa. Ele tem conhecimento de todas as promoções e não perde uma e, quando falta dinheiro, consegue comprar fiado na mercearia da esquina. “É a relação de confiança mútua entre o pequeno varejo e o consumidor. O canal de venda ocupará cada vez mais espaço no bolso e no seu coração”, afirma Meirelles. Segundo ele, para se ter uma ideia, enquanto 30% dos consumidores emergentes optam pelo varejo tradicional, 71% dos da classe C fazem compras a pé. Mas, vale destacar que as lojas de departamento são o principal elo entre a relação variedade, ofertada pelos shoppings e os preços mais em conta, característicos das lojas de rua. Não é à toa que 74% das mulheres da classe C costumam fazer compras nesse tipo de estabelecimento, ante 54% nas classes AB e 43% para as classes DE (ADJ)

MELHOR PREÇO

81% têm o hábito de pesquisar em várias lojas

No cotidiano do consumidor de baixa renda, a pesquisa faz parte do processo de compra. Segundo estudo do Data Popular, 81,5% desses consumidores faz pesquisa de preço em várias lojas antes de efetuar uma compra. Todas as famílias das classes D e E entrevistadas se valem das pesquisas. Afinal, uma redução de 10% no valor de uma geladeira pode representar até 25% do seu salário.

Ainda de acordo com a pesquisa, ruas e bairros tipicamente comerciais são o termômetro de consumo das classes C, D e E. O sucesso é tanto, que algumas se tornaram alavancas do turismo, o chamado turismo de compras, como ocorre na rua 25 de março e no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, ou na feira da rua José Avelino, no Centro de Fortaleza, e ainda na avenida Monsenhor Tabosa, também na Capital cearense.

Sem vergonha de pechinchar

E são exatamente nas lojas de rua onde esse público não tem vergonha de pedir desconto e onde mais pechincha. Para o superintendente da Fecomércio/CE, Alex, Araújo, isto se explica pela percepção que a baixa renda tem de o shopping ser um local mais elitizado. “Diferente da loja de rua, onde ela tem espaço para negociar. O comportamento chega a ser diferente entre um local e outro”.

Conforme a pesquisa, nos últimos seis meses enquanto 50% dos consumidores das classes AB fez algum tipo de pechincha, nas classes C e DE esse porcentual pula para 75% e 89,5%, respectivamente. (ADJ)

Pesquisa revela opinião dos pais sobre publicidade infantil

Do Itu.com.br – Por Deborah Dubner

O Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, encomendou uma pesquisa junto ao Datafolha para medir a percepção dos pais com filhos entre 3 e 11 anos completos sobre alguns aspectos das propagandas direcionadas às crianças.

A pesquisa foi apresentada à imprensa no dia 16 de março, no encontro para jornalistas que ocorreu no 3º Fórum Internacional Criança e Consumo. O itu.com.br cobriu o evento.

Além da apresentação da pesquisa à imprensa, os jornalistas participaram de um debate sobre consumo infantil, com a presença de Benjamin Barber, Susan Linn e Helio Mattar .

O Fórum, que acontece entre os dias 16 e 18 do mês de março no Itaú Cultural, trata de 3 temas-chaves: Honrar a Infância, Refletir o Consumo e Brincar.

Pesquisa Datafolha

O levantamento foi realizado na cidade de São Paulo entre 22 e 23 de janeiro de 2010. Foram ouvidos 411 pais e mães de todas as classes econômicas, com destaque para a classe C, que correspondeu a 52% dos entrevistados. A margem de erro é de 5 pontos percentuais.

Algumas conclusões da pesquisa:

Pedido dos filhos:

– Sete em cada dez pais entrevistados afirmaram serem influenciados pelos filhos na hora da compra. Maior incidência entre os homens.

– Para os pais, omaior influenciador dos pedidos dos filhos, entre sete itens estimulados,são aspropagandas (38%). Em seguida estão os personagens ou filmes e programas de TV (18% e 16%, respectivamente).

Restrições ao marketing e à publicidade:

– 73% dos pais concordam que deveria haver restrição ao marketing e propaganda voltada às crianças.

– O consumismo infantil, a disponibilidade de dinheiro, as questões relativas à alimentação, sexo e violência são os principais argumentos dos entrevistados que disseram que deveria haver restrição às propagandas.

Alimentação:

– Preocupação dos pais: Evitar a exposição à violência (80%) e ter uma alimentação saudável (75%), foram apontadas como as principais.

– Pedidos dos filhos: Os pais apontaram, espontaneamente, alguns pedidos que os filhos costumam fazer – as guloseimas foram as mais mencionadas: chocolate/bala/chiclete/doce/bolacha – 43%; bolacha salgada/salgadinho – 34%; sorvete – 32%.

– Os pedidos mais frequentes são observados nas duas faixas etárias estudadas (de 3 a 7 e de 8 a 11 anos completos), mas os percentuais são mais altos entre os mais novos.

– Frequência de consumo: bolachas (82%), refrigerantes (70%) e salgadinhos (64%) são alimentos consumidos algumas vezes por semana, pelas crianças de 3 a 11 anos.

– Influência de estratégias de marketing: Estimulados a responder se concordavam ou não com a frase “A oferta de prêmios e brindes influenciam a escolha do produto/ alimento pelo(s) meu(s) filho(s)”, 75% dos pais concordaram.

Vinhos nacionais ampliam sua participação no mercado brasileiro

Do Terra – 18/03/10 – Por Carlos Alberto Barbosa

No último sábado, 13 de março, o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) realizou em São Paulo o lançamento oficial da campanha de promoção do vinho brasileiro no mercado norte-americano, através do projeto Wines from Brazil, cuja gerente, Andreia Gentilini Milan, concedeu uma entrevista exclusiva ao Terra no final de fevereiro, adiantando a ação.

Após a apresentação do projeto para o mercado norte-americano, Diego Bertolini, gerente de promoção e marketing da Ibravin, fez algumas considerações sobre o trabalho de promoção do vinho brasileiro no território nacional. Segundo Bertolini, no plano doméstico também existe a necessidade de criar ações que aumentem a penetração do vinho nacional neste concorrido mercado, no qual os vinhos estrangeiros, principalmente argentinos e chilenos, são maioria.

Ao longo desta semana, voltamos a conversar com Diego Bertolini, a fim de traçar um rápido quadro da presença do vinho brasileiro no mercado interno e tentar enxergar o alcance e a colocação que o nosso vinho fino tem no território nacional. Segundo Bertolini, de 2005 a 2009 o vinho fino brasileiro registrou um aumento de 50% de sua participação no mercado do país. A fatia que os vinhos brasileiros abocanham desse segmento representa 30% do total de vinhos finos consumidos hoje.

Somente entre 2008 e 2009, o Ibravin registra um crescimento de 12% no volume de vendas dos vinhos nacionais, enquanto os importados apresentaram um recuo de 2%. Olhando para esses números, o vinho nacional não vem fazendo tão feio assim no mercado doméstico. Claro que ainda há muito a conquistar. A batalha nesse mercado tem tudo para ser dura e longa, pois pressões e interesses comerciais surgem de todos os lados. Afinal, estamos falando de um mercado de cerca de 120 milhões de garrafas/ano, entre vinhos finos nacionais e importados, com perspectiva de muito crescimento.

Bertolini aponta ainda que, independentemente de aspectos tributários, o custo de produção do vinho brasileiro é mais elevado que, por exemplo, os custos dos vinhos chilenos e argentinos. Ele lembra que “no Chile, por exemplo, os preços de matéria-prima e insumos são bem mais em conta que os praticados no Brasil. Até mesmo as garrafas de vidro no Brasil são bem mais caras que na Argentina. Por vezes, é mais vantajoso importar garrafas argentinas que comprar no mercado interno“.

Mesmo com todos os problemas relativos aos custos de produção, os números apresentados revelam que a penetração no mercado interno do vinho nacional vem crescendo, mas ainda apresenta grande potencial de aumento; para isso, deve superar alguns obstáculos. Diego Bertolini chama a atenção para uma pesquisa realizada pela Ibravin em 2007, que aponta como um dos gargalos para o crescimento do setor como um todo, a falta de preparo dos setores de comercialização para lidar com o consumidor de vinho – tanto de vinhos importados como de nacionais.

Todavia, no segmento on trade (bares e restaurantes), o principal empecilho para o vinho nacional é a imagem, tanto no exterior quanto no Brasil. Essa é a visão de Jandir Dalberto, diretor de operações da rede de churrascarias Fogo de Chão, que chega a vender 12 mil garrafas de vinhos/mês nos restaurantes brasileiros, e outras 60 mil nas churrascarias do grupo nos Estados Unidos. Desse universo, o vinho nacional ainda representa muito pouco, algo como 1% do total das vendas.

Uma das questões fundamentais que justificariam o fraco desempenho do vinho nacional frente aos importados, segunda Dalberto, seria a falta de um trabalho de divulgação do produto pelos próprios representantes das vinícolas, principalmente das menores. O vinho nacional, segundo ele, pode até competir em qualidade com o importado, mas a logística de distribuição e o trabalho de divulgação feito pelas vinícolas e seus representantes comprometem o desempenho do produto. “Os importadores“, ele ressalta, “são mais ativos que os representantes nacionais nesse aspecto“. As importadoras estão sempre presentes nos restaurantes da rede, demonstrando produtos e esclarecendo dúvidas, um trabalho que ele não vê sendo feito com a mesma intensidade pelos produtores nacionais.

Este é um ponto com o qual também concorda Bertolini. A imagem do vinho brasileiro precisa ser melhor trabalhada, já que ele possui qualidade. Ele lembra que “Chile e Argentina trabalham o mercado brasileiro há anos, e faziam isso mesmo antes do crescimento da indústria de vinhos finos no país“. Mas, além da imagem, a distribuição deve receber atenção.

Segundo ele, “é importante falar nesses aspectos. Quem posicionou o vinho importado no mercado brasileiro foi o próprio importador. Eles têm um foco no on trade (venda de vinhos em bares e restaurantes), com um portfólio que fecha um bom mix de produtos“. Essa clareza no foco de vendas e distribuição, bem como um corpo a corpo dos representantes das vinícolas junto aos bares e restaurantes, conforme apontou Dalberto, podem fazer a diferença na ampliação da fatia do mercado de vinhos pretendida pela a indústria nacional.

Aqueles que atentaram para a logística de distribuição, cuja estrutura permite esforços nessa direção, já sentem os resultados. Segundo Bertolini, “empresas que possuem uma teia de distribuição mais trabalhada vêm apresentando dados de crescimento, tanto em faturamento quanto em volume, ano a ano“. Para ele, parte da solução está em “trabalhar a valorização da marca e desmistificar o consumo do vinho, para que o aumento de volume de consumo permita um melhor trabalho de distribuição“.

Vinhos nacionais ampliam sua participação no mercado brasileiro

Do Terra – 18/03/10 – Por Carlos Alberto Barbosa

No último sábado, 13 de março, o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) realizou em São Paulo o lançamento oficial da campanha de promoção do vinho brasileiro no mercado norte-americano, através do projeto Wines from Brazil, cuja gerente, Andreia Gentilini Milan, concedeu uma entrevista exclusiva ao Terra no final de fevereiro, adiantando a ação.

Após a apresentação do projeto para o mercado norte-americano, Diego Bertolini, gerente de promoção e marketing da Ibravin, fez algumas considerações sobre o trabalho de promoção do vinho brasileiro no território nacional. Segundo Bertolini, no plano doméstico também existe a necessidade de criar ações que aumentem a penetração do vinho nacional neste concorrido mercado, no qual os vinhos estrangeiros, principalmente argentinos e chilenos, são maioria.

Ao longo desta semana, voltamos a conversar com Diego Bertolini, a fim de traçar um rápido quadro da presença do vinho brasileiro no mercado interno e tentar enxergar o alcance e a colocação que o nosso vinho fino tem no território nacional. Segundo Bertolini, de 2005 a 2009 o vinho fino brasileiro registrou um aumento de 50% de sua participação no mercado do país. A fatia que os vinhos brasileiros abocanham desse segmento representa 30% do total de vinhos finos consumidos hoje.

Somente entre 2008 e 2009, o Ibravin registra um crescimento de 12% no volume de vendas dos vinhos nacionais, enquanto os importados apresentaram um recuo de 2%. Olhando para esses números, o vinho nacional não vem fazendo tão feio assim no mercado doméstico. Claro que ainda há muito a conquistar. A batalha nesse mercado tem tudo para ser dura e longa, pois pressões e interesses comerciais surgem de todos os lados. Afinal, estamos falando de um mercado de cerca de 120 milhões de garrafas/ano, entre vinhos finos nacionais e importados, com perspectiva de muito crescimento.

Bertolini aponta ainda que, independentemente de aspectos tributários, o custo de produção do vinho brasileiro é mais elevado que, por exemplo, os custos dos vinhos chilenos e argentinos. Ele lembra que “no Chile, por exemplo, os preços de matéria-prima e insumos são bem mais em conta que os praticados no Brasil. Até mesmo as garrafas de vidro no Brasil são bem mais caras que na Argentina. Por vezes, é mais vantajoso importar garrafas argentinas que comprar no mercado interno“.

Mesmo com todos os problemas relativos aos custos de produção, os números apresentados revelam que a penetração no mercado interno do vinho nacional vem crescendo, mas ainda apresenta grande potencial de aumento; para isso, deve superar alguns obstáculos. Diego Bertolini chama a atenção para uma pesquisa realizada pela Ibravin em 2007, que aponta como um dos gargalos para o crescimento do setor como um todo, a falta de preparo dos setores de comercialização para lidar com o consumidor de vinho – tanto de vinhos importados como de nacionais.

Todavia, no segmento on trade (bares e restaurantes), o principal empecilho para o vinho nacional é a imagem, tanto no exterior quanto no Brasil. Essa é a visão de Jandir Dalberto, diretor de operações da rede de churrascarias Fogo de Chão, que chega a vender 12 mil garrafas de vinhos/mês nos restaurantes brasileiros, e outras 60 mil nas churrascarias do grupo nos Estados Unidos. Desse universo, o vinho nacional ainda representa muito pouco, algo como 1% do total das vendas.

Uma das questões fundamentais que justificariam o fraco desempenho do vinho nacional frente aos importados, segunda Dalberto, seria a falta de um trabalho de divulgação do produto pelos próprios representantes das vinícolas, principalmente das menores. O vinho nacional, segundo ele, pode até competir em qualidade com o importado, mas a logística de distribuição e o trabalho de divulgação feito pelas vinícolas e seus representantes comprometem o desempenho do produto. “Os importadores“, ele ressalta, “são mais ativos que os representantes nacionais nesse aspecto“. As importadoras estão sempre presentes nos restaurantes da rede, demonstrando produtos e esclarecendo dúvidas, um trabalho que ele não vê sendo feito com a mesma intensidade pelos produtores nacionais.

Este é um ponto com o qual também concorda Bertolini. A imagem do vinho brasileiro precisa ser melhor trabalhada, já que ele possui qualidade. Ele lembra que “Chile e Argentina trabalham o mercado brasileiro há anos, e faziam isso mesmo antes do crescimento da indústria de vinhos finos no país“. Mas, além da imagem, a distribuição deve receber atenção.

Segundo ele, “é importante falar nesses aspectos. Quem posicionou o vinho importado no mercado brasileiro foi o próprio importador. Eles têm um foco no on trade (venda de vinhos em bares e restaurantes), com um portfólio que fecha um bom mix de produtos“. Essa clareza no foco de vendas e distribuição, bem como um corpo a corpo dos representantes das vinícolas junto aos bares e restaurantes, conforme apontou Dalberto, podem fazer a diferença na ampliação da fatia do mercado de vinhos pretendida pela a indústria nacional.

Aqueles que atentaram para a logística de distribuição, cuja estrutura permite esforços nessa direção, já sentem os resultados. Segundo Bertolini, “empresas que possuem uma teia de distribuição mais trabalhada vêm apresentando dados de crescimento, tanto em faturamento quanto em volume, ano a ano“. Para ele, parte da solução está em “trabalhar a valorização da marca e desmistificar o consumo do vinho, para que o aumento de volume de consumo permita um melhor trabalho de distribuição“.

Região central de São Paulo possui maior taxa de suicídios

De Notícias da USP – 16/03/10
Por Felipe Maeda Camargo / Agência USP

A partir de dados da Prefeitura de São Paulo e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do período de 1995 a 2006, o pesquisador Daniel Hideki Bando verificou que o agrupamento de 18 distritos da região central, centro-sul e centro-oeste da cidade apresenta o maior taxa de suicídios (6,3 para 100 mil habitantes).

O estudo de Bando, fruto de sua dissertação de mestrado para o Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, também constatou que a elevada taxa está associada ao fato de os suicidas serem de distritos de maior renda, a maioria solteiros, migrantes e católicos, quando comparados a outras regiões da cidade. O agrupamento engloba bairros como Alto de Pinheiros, Barra Funda, Bela Vista, Bom Retiro, Brás, Cambuci, Consolação, Itaim Bibi, Jardim Paulista, Liberdade, Moema, Morumbi, Pinheiros, Perdizes, República, Santa Cecília, Sé e Vila Mariana.

Já em 14 distritos da região sul (Campo Grande, Campo Limpo, Capão Redondo, Cidade Ademar, Cidade Dutra, Grajaú, Jardim Ângela, Jardim São Luís, Santo Amaro, Socorro, Pedreira, Raposo Tavares, Vila Andrade e Vila Sônia) o quadro é o oposto. Esse agrupamento tem a menor taxa de suicídio (3,3 para 100 mil habitantes), o qual coincide com o fato de ser a região com maior número de casais e de evangélicos da cidade.

Segundo Bando, esses dados estão próximos aos chamados fatores de risco levantados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), condições sociodemográficas em que há mais casos de suicídio. O quadro da OMS de 2002 aponta as condições de ser solteiro e migrante, e fazer parte de estrato econômico extremo, como fatores de risco para o suicídio.

Isso pode demonstrar uma possível relação com a elevada taxa de suicídio no agrupamento da região central de São Paulo, onde certas características preenchem os requisitos desses fatores de risco: região de elevada renda (fazer parte de estrato econômico extremo), com bastantes solteiros e migrantes.

No entanto, não se pode afirmar que há uma relação direta entre o número de suicídios e esses aspectos, visto que a pesquisa de Bando não analisou as características das pessoas que se suicidaram, ou seja, foram analisados dois bancos de dados diferentes. “É difícil concluir algo, ainda tem muita coisa para se estudar. Mas (o estudo) já é uma evidência”, diz o pesquisador.

Divisão por regiões

Apesar de aproveitar dados da Prefeitura e do IBGE, Bando destaca que seu trabalho os desenvolveu com mais profundidade, pois “as taxas de suicídio nunca foram mapeadas na cidade e não há estudos recentes sobre os fatores de risco.”

O pesquisador, sob a orientação da professora da FFLCH Ligia Vizeu Barrozo, utilizou um programa de geoprocessamento para identificar o agrupamento de risco ao suicídio por determinadas regiões. Cada agrupamento podia ter no máximo 50% da população da cidade.

Ao analisar uma possível relação das taxas com os fatores de risco para suicídio, Bando se baseou também num estudo feito pelo sociólogo Émile Durkheim. “As variáveis (fatores de risco ao suicídio) foram parecidas com as que Durkhein estudou na França no final do século XIX.”, afirma Lígia sobre as semelhanças dos dois trabalhos.

Pelo estudo de Durkheim, Bando aproveitou a teoria do sociólogo sobre integração social para explicar os fatores de risco encontrados: “Uma das idéias dela (da teoria) diz que ‘o suicídio varia na razão inversa do grau de integração dos grupos sociais que a pessoa faz parte’”, explica Daniel, que diz que certos fatores de risco encontrados se encaixam nessa teoria. O pesquisador exemplifica com a situação da pessoa solteira, que tem maiores chances de não estar integrada a um grupo social, mais destacadamente uma família, o que pode propiciar o suicídio.

Contudo, a identificação dos católicos diverge com o levantamento da OMS que aponta o protestantismo como fator de risco ao suicídio. “A explicação se adapta à peculiaridade de São Paulo. No nosso caso, se observa que os evangélicos estão mais unidos entre eles”, ressalva Bando. Sua orientadora completa que esse aspecto dos evangélicos funciona como uma “ajuda social” contra o suicídio. “Já os católicos são mais dispersos, o que os põe, de acordo com a tese de Durkheim, numa categoria de risco”, diz Ligia.

O estudo de Bando e Ligia será publicado em forma de livro, com o lançamento previsto para o primeiro semestre de 2010 pela editora Humanitas/Fapesp.

Mais informações: danhideki@gmail.com