Month: junho 2010

Restrições da OMS à publicidade de alimentos não saudáveis para crianças

Do iG, em 08/06/2010, por Clarissa Passos

A Organização Mundial da Saúde aprovou, em 20 de maio, uma lista de recomendações internacionais para regulamentar a publicidade de alimentos e bebidas não saudáveis para crianças. Entre outras diretrizes aprovadas na 63 Assembleia Mundial de Saúde, esta chama a atenção dos governos para o problema da obesidade infantil, sugerindo uma restrição mais eficaz da publicidade de alimentos com alto teor de sódio (alimentos com muito sal), de açúcar, de gordura saturada e de gordura trans, além de mirar também nos anúncios bebidas de baixo valor nutricional, como os refrigerantes.

De acordo com estudos da OMS, a onda de obesidade – a estimativa é de 42 milhões de crianças com menos de cinco anos sofrendo do problema até o fim de 2010 – é reforçada pelo estímulo exagerado ao consumo de produtos não saudáveis. Ou seja, as propagandas de biscoitos recheados, salgadinhos e refrigerantes que têm como público-alvo a criança.

Termos práticos

A regulamentação publicada pela OMS funciona como uma diretriz, um esforço político no sentido de que cada país participante faça sua parte, elaborando leis específicas para o seu mercado. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vinha discutindo o tema com a sociedade civil e organizações não-governamentais, mas anunciou que desistiria de apresentar sua proposta no início deste ano.

“Precisamos de regras para publicidade mais rigorosas. A ideia é proteger as crianças deste tipo de publicidade”, explica Isabella Henriques, coordenadora geral do Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana. “Uma das diretrizes fala em banir dos espaços frequentados por crianças – como escolas – a publicidade destes alimentos e bebidas”.

“É possível se adaptar sem perder mercado”, acredita Isabella, que cita o caso da Coca-Cola. A companhia assumiu um compromisso mundial de não produzir anúncios para o público menor de 12 anos. Além de direcionar seus comerciais para os mais velhos, eles também não anunciam em canais infantis.

Pesquisa revela que uma em cada sete mulheres já abortou no Brasil

Da Agência Brasil, em 05/06/10

Uma em cada sete brasileiras entre 18 e 39 anos já abortou. Cerca de 80% delas têm religião, 64% são casadas e 81% são mães. Isso é o que mostra o primeiro levantamento direto sobre o aborto no País, feito pela Universidade de Brasília (UnB) em parceria com o Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero.

Foram entrevistadas 2.002 mulheres, das quais 15% declararam já ter abortado. De acordo com números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse número representa 5,3 milhões de mulheres.

Um dos mitos derrubados pelo estudo é o de que abortar é mais comum em classes sociais mais baixas e entre adolescentes. “Quem aborta é a mulher comum, é sua prima, namorada ou vizinha”, afirma um dos coordenadores do estudo, o pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) Marcelo Medeiros.


O aborto ocorre em todas as classes sociais, mas, na maioria das vezes – aproximadamente 35% dos casos -, a mulher recebe entre dois e cinco salários mínimos. A faixa etária em que há mais abortos vai de 20 a 24 anos. Cerca de 24% das entrevistadas declararam ter feito o aborto nessa idade.

Os dados da pesquisa são inéditos porque até agora os números sobre aborto no Brasil eram baseados em estimativas indiretas, como a procura por serviços públicos de saúde após um aborto.

Para Medeiros, o dado mais surpreendente é o de que 55% das mulheres são internadas logo após o aborto. “É uma taxa muito alta e isso é gravíssimo, porque significa não só que essas mulheres precisaram ir a um hospital, mas que permaneceram lá com sérias complicações de saúde”, afirmou.

O pesquisador defende a descriminalização do aborto como forma de reduzir os danos à saúde da mulher. “Esses números terão impacto nas discussões sobre a legislação; afinal, agora sabemos que a mulher que aborta está no nosso cotidiano. Você quer que sua conhecida que abortou seja presa?”, questiona.

Atualmente, só é permitido abortar se a gravidez oferece risco à vida da mãe ou quando é resultado de estupro. Ainda este ano, o Supremo Tribunal Federal deve decidir sobre a permissão da retirada do feto também em casos de anencefalia (má-formação que impede o desenvolvimento do cérebro).

No Congresso, deve ser votado o Estatuto do Nascituro, lei que garante proteção jurídica aos embriões, o que eliminaria a possibilidade de aborto legal em qualquer caso, inclusive no de estupro.

Empresa de pesquisa Nielsen fará IPO de até US$1,75 bilhão

Da Reuters, em 03/06/10


NOVA YORK (Reuters) – A Nielsen, maior empresa de pesquisa sobre consumo e audiência de TV, pretende levantar até 1,75 bilhão de dólares através de uma Oferta Pública Inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) nos Estados Unidos.

A Nielsen é conhecida, principalmente, pelas notas que a audiência dá a programas de televisão, que normalmente determinam se eles serão bem-sucedidos ou fracassarão.

Seus 10 maiores clientes, que respondem por cerca de 23 por cento dos negócios, incluem Coca-Cola, NBC Universal, Nestlé, News Corp., Procter & Gamble e Unilever.

A companhia foi comprada em 2006 por um grupo de seis empresas de private equity.

A Nielsen teve prejuízo líquido de 489 milhões de dólares em 2009, com receita de 4,8 bilhões de dólares. O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) foi de 1,3 bilhão de dólares no ano passado.

O JPMorgan e o Morgan Stanley são os coordenadores-líderes do IPO da Nielsen.