Escola é determinante para o fim da homofobia, diz pesquisador
Do Priscilla Borges, iG Brasília, 26/05/2011
Sozinha, a escola não será capaz de combater o preconceito contra gays, lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis. Mas o ambiente escolar é o local mais promissor para por fim à homofobia. Essa é conclusão de um estudo realizado pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo Stiftung (RLS), em 150 municípios brasileiros em todas as regiões do País. Por isso, Gustavo Venturi, coordenador do estudo, defende que o debate sobre esse tipo de discriminação faça parte das aulas, inclusive na infância.
De acordo com os dados da pesquisa, que será transformada em livro este mês, enquanto metade dos brasileiros que nunca frequentou a escola assume comportamentos homofóbicos, apenas um em cada dez brasileiros que cursaram o ensino superior apresentam o mesmo comportamento. O estudo realizado entre 2008 e 2009 com 2.014 pessoas também avaliou as diferenças de preconceito entre as regiões, idade da população, renda, religião. Nenhuma das variáveis apresentou diferença tão drástica de comportamento, segundo Venturi.
Mais estudo, menos preconceito
Segundo a pesquisa da Fundação Perseu Abramo, a variável que mais determina o nível de preconceito das pessoas é a escolaridade. Há uma grande diferença de preconceito entre quem nunca foi à escola e quem concluiu o ensino superior .
Pesquisa Diversidade sexual e homofobia no Brasil, da Fundação Perseu Abramo
“Isso mostra como a escola faz diferença no combate à homofobia. Só a escolaridade maior não resolve o preconceito, mas influencia fortemente a formação dessas pessoas”, afirma. Para o pesquisador, além de ser um espaço para convivência com as diferenças, a escola pode promover o debate de forma educadora e transformar a percepção de preconceitos arraigados à população. O estudo revelou que o brasileiro ainda não é tolerante com as preferências sexuais de familiares, de colegas de trabalho ou de vizinhos: um quarto dos entrevistados admitiu ter preconceito e agir de forma homofóbica.
Para o pesquisador, que queria entender a cara da homofobia no País quando começou o estudo, as diferenças de preconceito de acordo com a idade e o sexo também são importantes. As mulheres são mais tolerantes que os homens em todas as idades. Mas o índice de homofobia entre os meninos adolescentes chamou a atenção de Venturi. Entre os rapazes com idade entre 16 e 17 anos, 47% dos entrevistados admitiram preconceito contra gays, lésbicas, travestis. “Esse é mais um sinal da importância da escola. Esse é um momento que o jovem é muito pressionado a fazer definições de identidade”, diz.
Homofobia entre os homens
A pesquisa da Fundação Perseu Abramo constatou que os homens têm mais preconceito contra homossexuais do que as mulheres. Os adolescentes lideram a homofobia (autodeclarada) junto com os idosos.
Homofobia entre as mulheres
O preconceito contra homossexuais entre a população feminina é maior entre as idosas, segundo a pesquisa da Fundação Perseu Abramo.
O estudo mostra que o comportamento homofóbico variou pouco entre as regiões (o maior ficou na região Nordeste, 28% da população, e o menor na Sudeste, 22%), de acordo com a renda (de 31% entre quem ganha até um salário mínimo e 20% entre quem ganha de cinco a dez salários mínimos, entre os mais ricos sobe para 23%) ou com o ambiente onde cresceu (índice de homofobia de 22% entre quem só viveu na cidade e de 38% entre quem cresceu no campo). Entre as religiões, 10% dos kardecistas declararam preconceito (o mais baixo) contra 31% dos evangélicos entrevistados (o mais alto).
Traumas
Gustavo lembra que a pesquisa também entrevistou 413 homossexuais ou bissexuais (com mais de 18 anos e também em todas as regiões brasileiras), e a escola foi apontada por eles como um dos locais onde mais sofreram discriminação. Um terço dos entrevistados já foi discriminado por familiares e 27% sofreram preconceito de colegas da escola. E, para 13% deles, a primeira discriminação ocorrida por causa de orientação sexual ocorreu na escola.
“Mudar a legislação é importante porque você diminui os espaços nos quais você pode declarar seus preconceitos. E, para serem reproduzidos, eles precisam ser ditos. A falta de legislação contra a homofobia gera tolerâncias com esse tipo de comportamento. Mas discutir o tema é muito importante também”, afirma Venturi.
Como o iG havia mostrado em dezembro do ano passado, o Ministério da Educação planejava adotar um kit contra a homofobia nas escolas públicas de ensino médio. O material, chamado de Escola sem Homofobia, foi produzido por organizações não-governamentais contratadas pelo MEC durante dois anos. O plano era distribuir o kit – composto manual, vídeos e outros materiais de apoio ao professor – a seis mil escolas ainda este ano.
Apresentados em algumas audiências no Congresso Nacional, os vídeos levantaram polêmica, especialmente entre os parlamentares de bancadas religiosas que, na tarde de quarta-feira, se reuniram com a presidenta Dilma Rousseff e conseguiram a suspensão da produção e distribuição do material pelo Ministério da Educação. Nesta quinta-feira, o ministro Fernando Haddad deve se reunir com a presidenta para ser comunicado oficialmente da decisão. No Ceará, onde cumpriu agenda nesta quarta-feira, Haddad disse que o assunto está encerrado, o governo chegou a um acordo e ele não vai mais falar sobre o tema.
De acordo com o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, a presidenta não teria gostado do tom das produções. O deputado carioca Antony Garotinho (PR-RJ) admitiu que, para convencer o governo a suspender a produção do material, a bancada evangélica da Câmara ameaçou não colaborar com os projetos do Executivo.
Repercussões
Além de o tema ter movimentado as redes sociais, com opiniões contrárias e a favor da decisão, a suspensão foi criticada por especialistas no assunto. Para eles, o veto de Dilma ao material representa um retrocesso para as discussões de igualdade de direitos humanos. Para Débora Diniz, professora da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora da Anis: Instituto de Bioética Direitos Humanos e Gênero, não há forma mais eficaz de promover a igualdade de direitos do que introduzir na escola a sensibilização para o tema de forma pedagógica.
“Há uma pressão indevida e desnecessária de grupos religiosos para isso. Não havia nada que ameaçasse a religião ou a integridade de crenças no material”, garante. Débora lembra ainda que as crianças e os adolescentes são mais abertos à discussão sobre promoção de cidadania e discriminação e, por isso, a escola tem de assumir o papel de conversar sobre o tema. Angela Soligo, professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), teme mais atrasos na discussão sobre preconceito dentro da escola.
“É responsabilidade da área educacional discutir esse tema. Há muitas coisas que podem melhorar no material, mas ele não é de má qualidade. O Manual das Coisas Importantes, que faz parte do kit, por exemplo, é muito bonito e bem feito”, afirma. Angela espera que a presidenta volte atrás em sua decisão. “O material é necessário para os professores qualificarem a discussão e terem apoio, mas a falta dele não pode justificar a omissão de trabalhar o tema na escola”, ressalta.
Maria Helena Franco, coordenadora de criação dos vídeos que fazem parte do kit Educação sem Homofobia, produzidos pela Ecos – Comunicação em Sexualidade, lamenta a decisão da presidenta. Ela afirma que há muitas pessoas criticando o material sem conhecer seu conteúdo. “O foco desse material é levar para as escolas de ensino médio e para educadores e educadoras uma ajuda para erradicar a homofobia. É um apoio que faz falta para eles”, diz.
Focus ou Unfocus Groups?
Do Blue Bus, em 18/05/10, por Tania Savaget
Já participei e ainda oriento alguns dos nossos clientes a promover focus groups para gerar insights para suas marcas. Pesquisas qualitativas, com grupos adequados, trazem informações, validam ou não alguns conceitos, reforçam ou nos fazem abandonar algumas ideias. Só acho que as pessoas do grupo, quando se percebem entre “iguais”, ficam um pouco envergonhadas de dar opiniões diferentes do “papel” esperado.
Temos feito encontros mais informais, que chamamos de ‘unfocus groups’, expressão de uma empresa de inovação que admiro muito. Neste caso, não se trata de uma pesquisa quali ou quanti, mas de uma geração de ideias mais livres e amplas. A ideia é falar com pessoas que têm visões bem diferentes e particulares de um mesmo assunto. Há pouco tempo, para falar sobre produtos chamados de “primeiros socorros”, convidamos um atleta, uma mãe, um médico, um hipocondríaco, uma manicure, uma enfermeira e chegamos a resultados muito interessantes.
Pense no significado de um esparadrapo para um atleta, que vive se machucando; para uma bailarina, que fica na ‘ponta’ 12 horas por semana; para uma enfermeira que trabalha num pronto socorro; para um hipocondríaco que gosta de acumular coisas que podem ser usadas numa “emergência”? São visões muito interessantes. E o melhor: como cada um sabe que está ali para representar um “papel” único no grupo, arrisca mais com total segurança. Tente fazer um e veja como é eficaz e divertido :- ).
Região central de São Paulo possui maior taxa de suicídios
De Notícias da USP – 16/03/10
Por Felipe Maeda Camargo / Agência USP
A partir de dados da Prefeitura de São Paulo e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do período de 1995 a 2006, o pesquisador Daniel Hideki Bando verificou que o agrupamento de 18 distritos da região central, centro-sul e centro-oeste da cidade apresenta o maior taxa de suicídios (6,3 para 100 mil habitantes).
O estudo de Bando, fruto de sua dissertação de mestrado para o Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, também constatou que a elevada taxa está associada ao fato de os suicidas serem de distritos de maior renda, a maioria solteiros, migrantes e católicos, quando comparados a outras regiões da cidade. O agrupamento engloba bairros como Alto de Pinheiros, Barra Funda, Bela Vista, Bom Retiro, Brás, Cambuci, Consolação, Itaim Bibi, Jardim Paulista, Liberdade, Moema, Morumbi, Pinheiros, Perdizes, República, Santa Cecília, Sé e Vila Mariana.
Já em 14 distritos da região sul (Campo Grande, Campo Limpo, Capão Redondo, Cidade Ademar, Cidade Dutra, Grajaú, Jardim Ângela, Jardim São Luís, Santo Amaro, Socorro, Pedreira, Raposo Tavares, Vila Andrade e Vila Sônia) o quadro é o oposto. Esse agrupamento tem a menor taxa de suicídio (3,3 para 100 mil habitantes), o qual coincide com o fato de ser a região com maior número de casais e de evangélicos da cidade.
Segundo Bando, esses dados estão próximos aos chamados fatores de risco levantados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), condições sociodemográficas em que há mais casos de suicídio. O quadro da OMS de 2002 aponta as condições de ser solteiro e migrante, e fazer parte de estrato econômico extremo, como fatores de risco para o suicídio.
Isso pode demonstrar uma possível relação com a elevada taxa de suicídio no agrupamento da região central de São Paulo, onde certas características preenchem os requisitos desses fatores de risco: região de elevada renda (fazer parte de estrato econômico extremo), com bastantes solteiros e migrantes.
No entanto, não se pode afirmar que há uma relação direta entre o número de suicídios e esses aspectos, visto que a pesquisa de Bando não analisou as características das pessoas que se suicidaram, ou seja, foram analisados dois bancos de dados diferentes. “É difícil concluir algo, ainda tem muita coisa para se estudar. Mas (o estudo) já é uma evidência”, diz o pesquisador.
Divisão por regiões
Apesar de aproveitar dados da Prefeitura e do IBGE, Bando destaca que seu trabalho os desenvolveu com mais profundidade, pois “as taxas de suicídio nunca foram mapeadas na cidade e não há estudos recentes sobre os fatores de risco.”
O pesquisador, sob a orientação da professora da FFLCH Ligia Vizeu Barrozo, utilizou um programa de geoprocessamento para identificar o agrupamento de risco ao suicídio por determinadas regiões. Cada agrupamento podia ter no máximo 50% da população da cidade.
Ao analisar uma possível relação das taxas com os fatores de risco para suicídio, Bando se baseou também num estudo feito pelo sociólogo Émile Durkheim. “As variáveis (fatores de risco ao suicídio) foram parecidas com as que Durkhein estudou na França no final do século XIX.”, afirma Lígia sobre as semelhanças dos dois trabalhos.
Pelo estudo de Durkheim, Bando aproveitou a teoria do sociólogo sobre integração social para explicar os fatores de risco encontrados: “Uma das idéias dela (da teoria) diz que ‘o suicídio varia na razão inversa do grau de integração dos grupos sociais que a pessoa faz parte’”, explica Daniel, que diz que certos fatores de risco encontrados se encaixam nessa teoria. O pesquisador exemplifica com a situação da pessoa solteira, que tem maiores chances de não estar integrada a um grupo social, mais destacadamente uma família, o que pode propiciar o suicídio.
Contudo, a identificação dos católicos diverge com o levantamento da OMS que aponta o protestantismo como fator de risco ao suicídio. “A explicação se adapta à peculiaridade de São Paulo. No nosso caso, se observa que os evangélicos estão mais unidos entre eles”, ressalva Bando. Sua orientadora completa que esse aspecto dos evangélicos funciona como uma “ajuda social” contra o suicídio. “Já os católicos são mais dispersos, o que os põe, de acordo com a tese de Durkheim, numa categoria de risco”, diz Ligia.
O estudo de Bando e Ligia será publicado em forma de livro, com o lançamento previsto para o primeiro semestre de 2010 pela editora Humanitas/Fapesp.
Mais informações: danhideki@gmail.com
O celular na vida de hoje
Dois estudos foram feitos pela empresa Synovate em vários países do mundo. Em junho 8 mil entrevistados votaram online em 11 países, mas o Brasil não participou. Outro estudo foi feito em cinco países da Ásia (Hong Kong, Malásia, Filipinas, Taiwan e Tailândia) além de Brasil, Grã-Bretanha, Canadá, Egito, França, Alemanha, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos. Foi conduzida em julho, em entrevistas por e-mail, telefone e pessoais envolvendo 13 mil questionários.
Entre as descobertas divulgadas na imprensa:
– A maioria das pessoas não pode viver sem seus celulares, nunca sai de casa sem eles e, se for dada uma escolha, preferia perder a carteira. Os mais viciados são os russos e os cingapurianos.
– Metade das pessoas usam o SMS para flertar. As três funções mais usadas nos celulares são o alarme, a câmera e os jogos. O uso de email e internet ainda é limitado (uso maior entre americanos e britânicos).
– Os americanos estão muito preocupados com o avanço da tecnologia do celular dentro dos aviões. A maioria é contra o uso de celulares dentro dos aviões.
Veja artigo de Marcelo Ambrosio, do JB Online, na íntegra:
Jet Lag – Ninguém quer celular a bordo nos EUA
Postado por: marceloambrosio
Os americanos estão muito preocupados com o avanço da tecnologia do celular dentro dos aviões. Mais do que no resto do planeta. Com a disseminação do serviço obtida a partir da transformação da aeronave em um provedor de acesso – reduzindo a um mínimo a emissão de sinais pelos aparelhos – a discussão agora passou a ser se é politicamente correto usar. Sempre achei que esse comportamento era só deles, mas uma pesquisa divulgada esta semana me desmentiu. O estudo foi feito pela empresa especializada Synovate em vários países do mundo – cinco países da Ásia (Hong Kong, Malásia, Filipinas, Taiwan e Tailândia) além de Brasil, Grã-Bretanha, Canadá, Egito, França, Alemanha, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos. E concluiu que a maioria dos viajantes aéreos não gostaria de ter um tagarela pendurado no telefone durante o vôo.
Como em toda revolução tecnológica, a possibilidade de se encerrar o período de isolamento forçado entre o pouso e a decolagem me encantava mais do que qualquer objeção comportamental. Porém, na viagem mais recente que fiz, uma Ponte Aérea na semana passada, percebi que vai ser mesmo um inferno se todo mundo puder usar.
O sujeito na fileira ao lado, no vôo de volta, alinhavava aparentemente algum tipo de contrato comercial. Sem se importar em saber se incomodava, falava como se estivesse em pé diante da turbina ligada. Eu e mais outros dez ficamos sabendo de todos os detalhes, incluindo preços, prazos de entrega e até a avaliação pouco abonadora que ele fazia do próprio chefe. Sigilo zero, falta de educação, dez.
A pesquisa da Synovate bate nessa tecla. Foi conduzida em julho, em entrevistas por e-mail, telefone e pessoais envolvendo 13 mil questionários. Cerca de 77% dos entrevistados, todos viajantes freqüentes, declararam que a idéia de ouvir as conversas alheias (e seriam muitas) em um espaço confinado é demais para muita gente. Eu concordo, tanto que usualmente recorro não aos telefonemas quando embarcou ou desembarco, mais aos torpedos ou o próprio sistema de chat.
A taxa de rejeição foi mais alta ainda entre os asiáticos, chegando a mais de 90% dos entrevistados. Na Grã-Bretanha, França e Alemanha o índice igualmente foi elevado. Na outra extremidade ficaram os cidadãos dos Emirados Árabes, com 47%, e Egito, com 48%.
O curioso no levantamento é o fato de que 57% dos entrevistados, por outro lado, gostam de conversar com o companheiro de viagem. Dependendo de quem seja, é o lado ruim – eu, pelo menos, nunca dei muita sorte nesse quesito. Filipinos e malaios são os que mais gostam de bater papo, segundo a Synovate pelas características migratórias desse país. Já os tailandeses, a turma de Taiwan e o pessoal de Hong Kong não querem ouvir nem falar de trocar confidências num vôo.
Escarafunchei a pesquisa de todo jeito para saber a opinião dos brasileiros sobre a questão do celular. Aparentemente deduzi que estamos no meio do caminho. Mas a companhia de pesquisa nos destacou como um dos públicos mais entusiastas na busca por passagens mais baratas – o que é uma distorção se conhecemos bem a forma como o nosso mercado opera em relação aos outros. Ganhamos até dos britânicos e dos canadenses inclusive na preferência pelo uso intensivo da pesquisa de internet em torno dos preços.
A pesquisa chega em um momento no qual a Federal Aviation Administration (FAA) ainda se debate em dúvidas sobre a liberação definitiva. De acordo com a Synovate, seis em cada dez americanos não querem o equipamento sendo utilizado durante os vôos. O impressionante é que essa convicção atravessa todas as idades, concentrando-se principalmente (51%) na faixa entre 18 e 24 anos, ou seja, justamente a geração mais habituada a conviver com essa tecnologia. Entre os que tem mais de 45 anos, o índice cai para 32%.
Campanha publicitária de sensibilização contra acidentes de trânsito
Da BBC, em 06/07/09
Outdoor ‘chora’ em dia chuvoso para alertar sobre estradas molhadas
Campanha na Nova Zelândia espalhou outdoors com sensores que fazem rosto de garoto ‘chorar’ sangue quando chove.
Uma campanha publicitária na região de Papakura, ao sul de Auckland, maior cidade da Nova Zelândia, usa como alerta a motoristas outdoors com rosto de um menino que começa a “sangrar” cada vez que chove, ilustrando os perigos de ignorar estradas molhadas.
Os outdoors da campanha possuem sensores que jorram um líquido vermelho logo que começa a chover. Assim que o sol volta, o cartaz retorna ao normal automaticamente.
A propaganda avisa aos motoristas: “Chuva muda tudo. Por favor dirija de acordo com as condições climáticas”. Apesar de chocante, o Conselho do Distrito de Papakura diz que a campanha surtiu efeito.
Desde que começou, na Páscoa – tradicionalmente a época do ano com mais mortes de trânsito devido aos feriados longos e a temporada de chuvas fortes – ninguém sofreu acidentes fatais. “No outono as condições das estradas mudam e pedimos aos motoristas dirigirem com muito cuidado”, disse o inspetor de polícia Heather Wells à mídia neozelandesa. A campanha publicitária, criada pela agência Colenso BBDO, foi recentemente premiada pelo Festival Publicitário Internacional de Cannes.
Pesquisa Longevidade
Do InfoMoney, de 25/06/09
Idosos são responsáveis pelo sustento do lar, mostra pesquisa do Bradesco
Fato de os idosos serem os principais provedores das famílias é mais evidente entre pessoas da classe C
A maioria das pessoas com idade entre 55 e 73 anos sustentam os lares onde vivem. Esse é o caso de 80% dos 2 mil entrevistados para a pesquisa Longevidade Brasil, realizada pelo banco Bradesco e divulgada nesta quinta-feira (25).
Por outro lado, 19% dessas pessoas afirmam que são sustentadas. De acordo com o cientista social José Carlos Libânio, responsável pela pesquisa, o fato de os idosos serem os principais provedores das famílias está mais evidente na classe C, na qual 82% dos entrevistados mantêm as casas onde moram.
O estudo englobou as classes A, B e C, de seis cidades de todas as regiões do País, com exceção da grande região Norte. E realizou também grupos focais e pesquisas etnográficas no ano passado e este ano, de acordo com informações da Agência Brasil. O texto da pesquisa ressalta que, até 2050, cerca de 30% dos brasileiros terão integrantes com mais de 60 anos de idade.
Aposentadoria: dinheiro certo ou fardo?
Segundo Libânio, a aposentadoria é considerada um dinheiro “certo” e “constante” nas classes mais baixas, sendo maior do que o rendimento anterior ao benefício, adquirido por meio do mercado informal.
Por outro lado, entre as famílias com maior poder aquisitivo, a aposentadoria representa uma queda da renda, por conta das regras para o pagamento do benefício pelo governo, que corta, por exemplo, as gratificações.
“Para as classes mais pobres, o fato de poder contar com uma renda certa e segura faz toda a diferença. A partir da aposentadoria, a renda se torna constante, o que antes não podia acontecer”, afirma ele. “Ao se observar o Nordeste rural, onde há bolsões de pobreza, o aposentado tem um papel central nas famílias, porque é dele que vem o dinheiro fundamental de cada mês”.
Da Agência Brasil
Os resultados do estudo foram apresentados no 4º Fórum da Longevida, no Rio de Janeiro. O objetivo do evento é debater qualidade de vida, longevidade e a expectativa de vida no Brasil. O levantamento mapeia diversos aspectos do comportamento econômico e social dos idosos de várias cidades do país. É considerada uma das pesquisas mais completas sobre a terceira idade já realizada no Brasil.
Pesquisa do Ministério da Saúde sobre comportamento sexual dos brasileiros
Do Último Segundo, de 18/06/09
Severino Motta, repórter em Brasília
Mais de 65% dos jovens usaram preservativo na última relação sexual, aponta pesquisa
BRASÍLIA – A maior pesquisa sobre o comportamento sexual dos brasileiros realizada pelo Ministério da Saúde revelou que 67,8% dos jovens entre 15 e 24 anos usaram preservativo na última relação sexual que tiveram com parceiros casuais. Tal dado, de acordo com o ministério, seria reflexo do envolvimento das escolas na prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s) e Aids, uma vez que na faixa que vai dos 50 aos 64 anos esse percentual ficou em 37,9%.
Mais de 10% dos jovens conheceram parceiros pela internet
Brasileiro faz mais sexo casual, mas usa menos camisinha
Pesquisa diz que 16% dos brasileiros traem seus parceiros
Nas diversas situações pesquisadas, o grupo mais jovem apresenta sempre os maiores resultados. Na primeira relação sexual, 60,9% dos entrevistados usaram camisinha. Na última relação sexual que tiveram antes de responder à pesquisa, foram 55%. Se consideradas todas as relações sexuais nos últimos 12 meses, 32,6% dos jovens de 15 a 24 anos usaram o preservativo. No mesmo período, mas com parceiro fixo, esse número cai para 30,7%. No caso das relações com parceiros sexuais casuais no último ano, 49,6% disseram ter feito uso da camisinha.
De acordo com a diretora do departamento de DST/Aids do ministério, “os jovens de hoje nasceram na era da Aids, por isso a relação com o preservativo é mais habitual”. Apesar disso, revela: após a primeira relação sexual o uso do preservativo cai de 60,9% para 50% nos jovens, o que mostra que o preservativo deixa de ser prioridade, em especial para as meninas, quando se estabelece confiança entre os parceiros.
É também nesta faixa etária que se registra o maior número de parceiros casuais. No último ano 14,6% dos jovens tiveram mais de cinco parceiras eventuais. No mesmo período, a população que vai dos 24 aos 29 anos o índice foi proporcionalmente a metade, com 7,2%.
A pesquisa ainda mostra que os jovens são os que mais pegam camisinhas nos serviços de saúde (37,5%). Na faixa de 24 a 29, o índice fica em 27%, acima dos 50 anos o número cai para 10,7%. Além disso, 17% dos jovens adquirem o preservativo diretamente na escola.
A pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde entrevistou oito mil pessoas entre 15 e 64 anos nos meses de setembro a novembro de 2008, nas cinco regiões brasileiras.