Consumo

Bombril troca Carlos Moreno por trio de mulheres

Segundo o Meio & Mensagem informou em sua edição de 07/03/11, após 33 anos a Bombril mudou o garoto-propaganda.

A nova estratégia de comunicação – divulgação da marca por Dani Calabresa (comediante da MTV), Marisa Orth (atriz e cantora) e Mônica Iozzi (repórter do CQC, da Band) – visa atingir as mulheres jovens.

Uma pesquisa feita pela Bombril detectou que “as mulheres mais jovens não ligam produtos como MonBijou e Limpol à Bombril”.

Na campanha de R$ 40 milhões, são usadas frases fortes como “homem é bom, mas é tosco” e “homem tem no máximo cinco utilidades, a Bombril tem mais de 1001”.

A campanha chamada de “Mulheres Evoluídas”, terá extensões online e dura até maio. Resta saber se, após isso, Carlos Moreno volta.

Pesquisa mostra que mulheres começam a fumar antes que homens

Do G1 – 2/9/2010

Elas param de fumar em proporção maior, diz Instituto Nacional do Câncer.

Casal de fumantes no Sudeste gasta R$ 1,5 mil por ano em cigarros.

Em pesquisa feita para marcar o Dia Nacional de Combate ao Fumo, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou nesta segunda-feira (30) que no Brasil, entre os cerca de 25 milhões de fumantes, as mulheres começam a fumar mais cedo do que homens. No entanto, de acordo com o Inca, elas param de fumar numa proporção duas vezes maior do que a dos homens.

Segundo dados da Pesquisa Especial de Tabagismo, entre os jovens, os homens fumam 2,5 mais do que as mulheres. E entre as outras faixas etárias da população essa proporção é menor.

De acordo com a pesquisa, há no Brasil cerca de 25 milhões de fumantes com idade igual ou superior a 15 anos de idade. No entanto, de acordo com o Inca, houve queda no consumo de tabaco nas últimas décadas. De acordo com a pesquisa, 45,6% dos fumantes tentaram parar de fumar nos últimos 12 meses, o que correspondeu a cerca de 12 milhões de pessoas.

De acordo com o Inca, o estudo tem como objetivo fornecer informações para subsidiar a política nacional de controle do tabaco.

Cigarro na economia

A pesquisa revela que o cigarro, um dos principais fatores de risco para o câncer, também causa forte impacto no orçamento doméstico. De acordo com o estudo do Inca, uma família composta por um casal de fumantes, entre 45 e 64 anos, residente em uma cidade do Sudeste do país gasta, por mês, somente com a compra de cigarros, R$ 128,60. Por ano, a despesa chega a R$ 1.543,20.

De acordo com o Inca, o estudo foi realizado como parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD 2008), do IBGE.

Segundo a pesquisa, o gasto com cigarro para um casal de fumantes de qualquer região do país chega a R$ 1.495,20 por ano. O Inca comparou o valor gasto em cigarros com o que seria gasto para comprar uma TV de LCD de 32 polegadas, um computador, ou uma geladeira duplex.

Todos os valores foram calculados com base em 2008. Naquele ano o valor do salário mínimo era R$ 415, o que levaria esse gasto com cigarro a quase quatro salários mínimos por ano.

De acordo com o Inca, segundo o Banco Mundial e o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, tabaco e pobreza formam um ciclo vicioso, que atrasa o desenvolvimento dos países.

Os maiores percentuais de fumantes no Brasil, entre ambos os sexos, foram encontrados entre a população sem instrução (25,7%) e entre as pessoas de menor renda (21,3%), o que correspondia à população que ganhava menos de meio salário mínimo por mês.

Jovens não procuram ajuda para deixar de fumar

A pesquisa fala que a geração de brasileiros nascida a partir da década de 80 começa a fumar, em média, aos 17 anos. No Nordeste e no Centro-Oeste, começa-se ainda mais cedo: antes dos 15 anos de idade. O estudo revela ainda que a proporção de jovens do sexo feminino que começa a fumar antes dos 15 anos de idade é 22% maior do que a dos homens, em todas as regiões do país.

A pesquisa revela ainda que os jovens são a parcela da população que menos procurou ajuda para deixar de fumar, apesar de 48% das pessoas dessa faixa etária terem relatado sucessivas tentativas de parar de fumar nos últimos 12 meses.

A pesquisa foi feita em pouco mais de 51 mil domicílios, entrevistando fumantes, não fumantes e ex-fumantes. O trabalho, que, de acordo com o instituto, é a mais completa pesquisa feita sobre tabagismo no Brasil, foi realizado em outros 13 países. Internacionalmente, a pesquisa é conhecida como Global Adult Tobacco Survey (Pesquisa Global de Tabagismo).

Jovens e o tabaco

O Inca destacou como uma das informações mais relevantes da pesquisa em relação à juventude a constatação de que os jovens são mais sensíveis à propaganda pró-tabaco do que os adultos: 48,6% dos jovens relataram ter percebido propaganda pró-tabaco ante 38,7% dos adultos. Para o instituto, esse resultado pode indicar que existe um esforço da indústria para atingir os indivíduos com 24 anos de idade ou menos nas ações de promoção e propaganda de produtos do tabaco. E fortalece a necessidade de criar estratégias de informação sobre controle do tabaco junto aos jovens por meio de formatos e conteúdos diversificados.

Os jovens relataram na pesquisa um nível de dependência à nicotina elevada ou muito elevada cerca de 50% inferior ao dos adultos, o que mostra a importância do estímulo à cessação entre essa população, e principalmente da prevenção, para evitar que comecem a fumar.

O nível de dependência foi medido por meio de duas perguntas: o número de cigarros fumados por dia e o tempo que a pessoa leva para acender o primeiro cigarro após acordar. O cruzamento dessas respostas determinou o nível de dependência que pode ser baixa, elevada ou moderada.

No período pesquisado, os jovens foram 10% mais expostos ao fumo passivo em locais públicos do que os adultos.

De modo geral, segundo o Inca, os dados demonstraram a necessidade de explorar melhor as ações de controle do tabagismo entre a população de 15 a 24 anos. Exemplo: os jovens percebem menos a propaganda antitabaco veiculada por meio do rádio. Essa constatação aponta para a necessidade de adaptar a linguagem do rádio a esse público. É também preciso reforçar as mensagens sobre prevenção e cessação tanto em rádio quanto em TV.

Cigarro em locais públicos

A pesquisa confirmou para o Inca a urgência de reforçar as recomendações da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. O Inca informou que a convenção é o primeiro tratado de saúde pública da história, ratificado por 168 países-membros da Organização Mundial de Saúde, de um total de 192. O texto determina, por exemplo, ações específicas de proteção ao tabagismo passivo.

A pesquisa ainda apontou que uma em cada cinco pessoas foram expostas à fumaça do cigarro em locais públicos em geral, sem incluir o local de trabalho, o que correspondeu a cerca de 26 milhões de pessoas, das quais 22 milhões eram não fumantes.

“É preciso que a legislação em vigor, que ainda permite fumódromos, seja alterada para impedir 100% o uso de produtos do tabaco que emitem fumaça em ambientes coletivos e fechados”, alertou Liz Maria de Almeida, gerente de Divisão de Epidemiologia do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Ainda de acordo com o estudo, do total de pessoas de 15 anos ou mais, 96,1% acreditavam que fumar poderia causar doenças graves. Outro dado em destaque é a elevada percepção da relação entre o uso de tabaco e o câncer de pulmão: 94,7% do total das pessoas entrevistadas, sendo 90,6%, fumantes e 95,6%, não fumantes.

Outro problema grave é o tabagismo passivo. “Quanto mais cedo, uma pessoa é exposta ao cigarro em ambientes com fumantes, maior a possibilidade de vir a desenvolver câncer na vida adulta”, conclui o cirurgião torácico e diretor do Hospital do Câncer I, Paulo de Biasi.

Queixa contra Brastemp mostra o poder das redes sociais

Do iG – Por Claudia Facchini – 02/02/2011

O site You Tube e as redes sociais, como o Facebook, Twitter e Orkut, se transformaram em uma arma poderosa para os consumidores e hoje são uma séria ameaça à reputação das empresas instaladas no Brasil, um dos países com mais adeptos de internet do mundo.

A rapidez com que um vídeo postado há duas semanas por um cliente revoltado com Brastemp se disseminou pela internet (veja vídeo) mostra que esses novos canais de comunicação já são capazes de proteger mais os direitos dos consumidores do que o Código de Defesa do Consumidor e o Procon (Fundação de Defesa e Proteção do Consumidor) e são mais eficientes do que qualquer Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) dos fornecedores.

A queixa contra a Brastemp feita por Oswaldo Borrelli, que ficou mais de 90 dias sem conseguir com que a empresa consertasse sua geladeira, ganhou tamanha audiência em tão poucos dias na internet que forçou a fabricante a se desculpar publicamente pelo defeito, pelo mau atendimento e a trocar o refrigerador prontamente.

Diante da repercussão, o próprio diretor de serviços e qualidade da Whirlpool, a dona da marca, Fabio Armaganijan, ligou para Borreli para atender às suas reclamações.

Só no You Tube o vídeo “Não é uma Brastemp”, feito por Borrelli, registrava mais de 170 mil acessos na noite de ontem. Nesta quarta-feira, às 13h, o número ultrapassava os 200 mil acessos.

No Twitter, a queixa contra a Brastemp chegou a figurar entre os assuntos mais comentados no mundo, o que chamou a atenção do professor da Escola Superior de Marketing do Rio de Janeiro, Bruno Chamma. Durante um curso específico sobre mídias sociais, Chamma dedicou uma aula ao caso. “Esse é um exemplo do poder das redes sociais e de gestão de crise de comunicação”, afirma o professor, para quem as empresas terão de melhorar o processo de atendimento ao consumidor.

Chamma salienta que soube do vídeo pela internet, pelo site da Brainstorm9, especializado em marketing, e que suas conversas com Borreli ocorreram pelo Facebook, o que demonstra por si só as mudanças dos canais de comunicação.

Boca a boca

A repercussão surpreendeu até mesmo Borrelli, funcionário público de 58 anos e morador de Santana do Paranaíba, na Grande São Paulo. “Recebi mensagens de apoio no Facebook até mesmo de brasileiros que vivem nos Estados Unidos”, afirma.

Após perder a paciência, sensação já vivenciada por qualquer consumidor, Borrelli decidiu arrastar a geladeira até a frente de sua casa e colocar um cartaz acusando a Brastemp. Só para o SAC da empresa, ele já havia feito mais de 10 ligações, todas sem resultados. “Pedi para que a minha filha gravasse o vídeo e coloquei no You Tube”, conta Borrelli, que possuía na época uma conta Twitter com 16 seguidores. Esse número saltou para 3 mil de uma hora para outra.

Hoje, além de trocar sua geladeira por uma nova, Borrelli negocia uma indenização da Brastemp por danos materiais e pelo constrangimento. Por mais de 90 dias, explica, sua família precisou comer fora de casa.

Resposta da Brastemp

A Brastemp tratou o caso de Oswaldo Borrelli com urgência e vem respondendo a todos os consumidores, evidenciando que já estava preparada para administrar crises de imagem na web. Um dia depois de postar o vídeo, Borrelli conta que já foi procurado pela empresa.

Segundo a diretora de marketing, Claudia Sender, a empresa já possui, dentro do seu departamento dedicado à comunicação pela internet, uma equipe voltada só para redes sociais, que detecta todas as menções às marcas do grupo, que inclui a Brastemp e a Consul.

“Nós respeitamos o direito de expressão dos consumidores e precisamos ter humildade de reconhecer o que os nossos clientes dizem”, diz Claudia. Em um país como o Brasil, as redes sociais têm um papel ainda mais importante. O boca a boca sempre existiu, diz Claudia, mas a internet amplificou e deu uma outra dimensão a essa forma de comunicação.

Assim como Borrelli deve servir de inspiração para consumidores que se sentem lesados, a rápida resposta da Brastemp também serve de exemplo para as empresas que precisam fazer a gestão de uma crise semelhante.

Mas ainda o melhor que as empresas têm a fazer é poupar os consumidores de dias de fúrias e oferecer serviços de atendimento mais eficientes.

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Focus ou Unfocus Groups?

Do Blue Bus, em 18/05/10, por Tania Savaget


Já participei e ainda oriento alguns dos nossos clientes a promover focus groups para gerar insights para suas marcas. Pesquisas qualitativas, com grupos adequados, trazem informações, validam ou não alguns conceitos, reforçam ou nos fazem abandonar algumas ideias. Só acho que as pessoas do grupo, quando se percebem entre “iguais”, ficam um pouco envergonhadas de dar opiniões diferentes do “papel” esperado.

Temos feito encontros mais informais, que chamamos de ‘unfocus groups’, expressão de uma empresa de inovação que admiro muito. Neste caso, não se trata de uma pesquisa quali ou quanti, mas de uma geração de ideias mais livres e amplas. A ideia é falar com pessoas que têm visões bem diferentes e particulares de um mesmo assunto. Há pouco tempo, para falar sobre produtos chamados de “primeiros socorros”, convidamos um atleta, uma mãe, um médico, um hipocondríaco, uma manicure, uma enfermeira e chegamos a resultados muito interessantes.

Pense no significado de um esparadrapo para um atleta, que vive se machucando; para uma bailarina, que fica na ‘ponta’ 12 horas por semana; para uma enfermeira que trabalha num pronto socorro; para um hipocondríaco que gosta de acumular coisas que podem ser usadas numa “emergência”? São visões muito interessantes. E o melhor: como cada um sabe que está ali para representar um “papel” único no grupo, arrisca mais com total segurança. Tente fazer um e veja como é eficaz e divertido :- ).

Qualidade dita o consumo

Do Diário do Nordeste, em 21/03/10

Com maior poder de consumo as classes C, D e E exigirão cada vez mais: melhores produtos, melhor qualidade de vida e até melhores governos. As palavras de ordem são o acesso e a qualidade. Dessa forma, as marcas que souberem conjugar a melhor relação custo-benefício serão recompensadas com a sua fidelidade. “São pessoas que preferem pagar mais se reconhecem e utilizam ao máximo as funcionalidades dos produtos”, explica Renato Meirelles, do Data Popular. Nesse sentido, o estudo aponta que as marcas não podem errar: “o produto precisa durar o mês inteiro, agradar a família e funcionar. O baixo preço chama a atenção e estimula a experimentação, mas ele precisa entregar o que promete”.


Capilaridade

Uma outra característica inerente ao comportamento deste consumidor é que cada vez mais proximidade geográfica e relacionamento estarão ligados. Segundo a pesquisa, não são raros os casos de quem vai todos os dias ao mercado, perto de casa. Ele tem conhecimento de todas as promoções e não perde uma e, quando falta dinheiro, consegue comprar fiado na mercearia da esquina. “É a relação de confiança mútua entre o pequeno varejo e o consumidor. O canal de venda ocupará cada vez mais espaço no bolso e no seu coração”, afirma Meirelles. Segundo ele, para se ter uma ideia, enquanto 30% dos consumidores emergentes optam pelo varejo tradicional, 71% dos da classe C fazem compras a pé. Mas, vale destacar que as lojas de departamento são o principal elo entre a relação variedade, ofertada pelos shoppings e os preços mais em conta, característicos das lojas de rua. Não é à toa que 74% das mulheres da classe C costumam fazer compras nesse tipo de estabelecimento, ante 54% nas classes AB e 43% para as classes DE (ADJ)

MELHOR PREÇO

81% têm o hábito de pesquisar em várias lojas

No cotidiano do consumidor de baixa renda, a pesquisa faz parte do processo de compra. Segundo estudo do Data Popular, 81,5% desses consumidores faz pesquisa de preço em várias lojas antes de efetuar uma compra. Todas as famílias das classes D e E entrevistadas se valem das pesquisas. Afinal, uma redução de 10% no valor de uma geladeira pode representar até 25% do seu salário.

Ainda de acordo com a pesquisa, ruas e bairros tipicamente comerciais são o termômetro de consumo das classes C, D e E. O sucesso é tanto, que algumas se tornaram alavancas do turismo, o chamado turismo de compras, como ocorre na rua 25 de março e no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, ou na feira da rua José Avelino, no Centro de Fortaleza, e ainda na avenida Monsenhor Tabosa, também na Capital cearense.

Sem vergonha de pechinchar

E são exatamente nas lojas de rua onde esse público não tem vergonha de pedir desconto e onde mais pechincha. Para o superintendente da Fecomércio/CE, Alex, Araújo, isto se explica pela percepção que a baixa renda tem de o shopping ser um local mais elitizado. “Diferente da loja de rua, onde ela tem espaço para negociar. O comportamento chega a ser diferente entre um local e outro”.

Conforme a pesquisa, nos últimos seis meses enquanto 50% dos consumidores das classes AB fez algum tipo de pechincha, nas classes C e DE esse porcentual pula para 75% e 89,5%, respectivamente. (ADJ)

Vinhos nacionais ampliam sua participação no mercado brasileiro

Do Terra – 18/03/10 – Por Carlos Alberto Barbosa

No último sábado, 13 de março, o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) realizou em São Paulo o lançamento oficial da campanha de promoção do vinho brasileiro no mercado norte-americano, através do projeto Wines from Brazil, cuja gerente, Andreia Gentilini Milan, concedeu uma entrevista exclusiva ao Terra no final de fevereiro, adiantando a ação.

Após a apresentação do projeto para o mercado norte-americano, Diego Bertolini, gerente de promoção e marketing da Ibravin, fez algumas considerações sobre o trabalho de promoção do vinho brasileiro no território nacional. Segundo Bertolini, no plano doméstico também existe a necessidade de criar ações que aumentem a penetração do vinho nacional neste concorrido mercado, no qual os vinhos estrangeiros, principalmente argentinos e chilenos, são maioria.

Ao longo desta semana, voltamos a conversar com Diego Bertolini, a fim de traçar um rápido quadro da presença do vinho brasileiro no mercado interno e tentar enxergar o alcance e a colocação que o nosso vinho fino tem no território nacional. Segundo Bertolini, de 2005 a 2009 o vinho fino brasileiro registrou um aumento de 50% de sua participação no mercado do país. A fatia que os vinhos brasileiros abocanham desse segmento representa 30% do total de vinhos finos consumidos hoje.

Somente entre 2008 e 2009, o Ibravin registra um crescimento de 12% no volume de vendas dos vinhos nacionais, enquanto os importados apresentaram um recuo de 2%. Olhando para esses números, o vinho nacional não vem fazendo tão feio assim no mercado doméstico. Claro que ainda há muito a conquistar. A batalha nesse mercado tem tudo para ser dura e longa, pois pressões e interesses comerciais surgem de todos os lados. Afinal, estamos falando de um mercado de cerca de 120 milhões de garrafas/ano, entre vinhos finos nacionais e importados, com perspectiva de muito crescimento.

Bertolini aponta ainda que, independentemente de aspectos tributários, o custo de produção do vinho brasileiro é mais elevado que, por exemplo, os custos dos vinhos chilenos e argentinos. Ele lembra que “no Chile, por exemplo, os preços de matéria-prima e insumos são bem mais em conta que os praticados no Brasil. Até mesmo as garrafas de vidro no Brasil são bem mais caras que na Argentina. Por vezes, é mais vantajoso importar garrafas argentinas que comprar no mercado interno“.

Mesmo com todos os problemas relativos aos custos de produção, os números apresentados revelam que a penetração no mercado interno do vinho nacional vem crescendo, mas ainda apresenta grande potencial de aumento; para isso, deve superar alguns obstáculos. Diego Bertolini chama a atenção para uma pesquisa realizada pela Ibravin em 2007, que aponta como um dos gargalos para o crescimento do setor como um todo, a falta de preparo dos setores de comercialização para lidar com o consumidor de vinho – tanto de vinhos importados como de nacionais.

Todavia, no segmento on trade (bares e restaurantes), o principal empecilho para o vinho nacional é a imagem, tanto no exterior quanto no Brasil. Essa é a visão de Jandir Dalberto, diretor de operações da rede de churrascarias Fogo de Chão, que chega a vender 12 mil garrafas de vinhos/mês nos restaurantes brasileiros, e outras 60 mil nas churrascarias do grupo nos Estados Unidos. Desse universo, o vinho nacional ainda representa muito pouco, algo como 1% do total das vendas.

Uma das questões fundamentais que justificariam o fraco desempenho do vinho nacional frente aos importados, segunda Dalberto, seria a falta de um trabalho de divulgação do produto pelos próprios representantes das vinícolas, principalmente das menores. O vinho nacional, segundo ele, pode até competir em qualidade com o importado, mas a logística de distribuição e o trabalho de divulgação feito pelas vinícolas e seus representantes comprometem o desempenho do produto. “Os importadores“, ele ressalta, “são mais ativos que os representantes nacionais nesse aspecto“. As importadoras estão sempre presentes nos restaurantes da rede, demonstrando produtos e esclarecendo dúvidas, um trabalho que ele não vê sendo feito com a mesma intensidade pelos produtores nacionais.

Este é um ponto com o qual também concorda Bertolini. A imagem do vinho brasileiro precisa ser melhor trabalhada, já que ele possui qualidade. Ele lembra que “Chile e Argentina trabalham o mercado brasileiro há anos, e faziam isso mesmo antes do crescimento da indústria de vinhos finos no país“. Mas, além da imagem, a distribuição deve receber atenção.

Segundo ele, “é importante falar nesses aspectos. Quem posicionou o vinho importado no mercado brasileiro foi o próprio importador. Eles têm um foco no on trade (venda de vinhos em bares e restaurantes), com um portfólio que fecha um bom mix de produtos“. Essa clareza no foco de vendas e distribuição, bem como um corpo a corpo dos representantes das vinícolas junto aos bares e restaurantes, conforme apontou Dalberto, podem fazer a diferença na ampliação da fatia do mercado de vinhos pretendida pela a indústria nacional.

Aqueles que atentaram para a logística de distribuição, cuja estrutura permite esforços nessa direção, já sentem os resultados. Segundo Bertolini, “empresas que possuem uma teia de distribuição mais trabalhada vêm apresentando dados de crescimento, tanto em faturamento quanto em volume, ano a ano“. Para ele, parte da solução está em “trabalhar a valorização da marca e desmistificar o consumo do vinho, para que o aumento de volume de consumo permita um melhor trabalho de distribuição“.

Vinhos nacionais ampliam sua participação no mercado brasileiro

Do Terra – 18/03/10 – Por Carlos Alberto Barbosa

No último sábado, 13 de março, o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) realizou em São Paulo o lançamento oficial da campanha de promoção do vinho brasileiro no mercado norte-americano, através do projeto Wines from Brazil, cuja gerente, Andreia Gentilini Milan, concedeu uma entrevista exclusiva ao Terra no final de fevereiro, adiantando a ação.

Após a apresentação do projeto para o mercado norte-americano, Diego Bertolini, gerente de promoção e marketing da Ibravin, fez algumas considerações sobre o trabalho de promoção do vinho brasileiro no território nacional. Segundo Bertolini, no plano doméstico também existe a necessidade de criar ações que aumentem a penetração do vinho nacional neste concorrido mercado, no qual os vinhos estrangeiros, principalmente argentinos e chilenos, são maioria.

Ao longo desta semana, voltamos a conversar com Diego Bertolini, a fim de traçar um rápido quadro da presença do vinho brasileiro no mercado interno e tentar enxergar o alcance e a colocação que o nosso vinho fino tem no território nacional. Segundo Bertolini, de 2005 a 2009 o vinho fino brasileiro registrou um aumento de 50% de sua participação no mercado do país. A fatia que os vinhos brasileiros abocanham desse segmento representa 30% do total de vinhos finos consumidos hoje.

Somente entre 2008 e 2009, o Ibravin registra um crescimento de 12% no volume de vendas dos vinhos nacionais, enquanto os importados apresentaram um recuo de 2%. Olhando para esses números, o vinho nacional não vem fazendo tão feio assim no mercado doméstico. Claro que ainda há muito a conquistar. A batalha nesse mercado tem tudo para ser dura e longa, pois pressões e interesses comerciais surgem de todos os lados. Afinal, estamos falando de um mercado de cerca de 120 milhões de garrafas/ano, entre vinhos finos nacionais e importados, com perspectiva de muito crescimento.

Bertolini aponta ainda que, independentemente de aspectos tributários, o custo de produção do vinho brasileiro é mais elevado que, por exemplo, os custos dos vinhos chilenos e argentinos. Ele lembra que “no Chile, por exemplo, os preços de matéria-prima e insumos são bem mais em conta que os praticados no Brasil. Até mesmo as garrafas de vidro no Brasil são bem mais caras que na Argentina. Por vezes, é mais vantajoso importar garrafas argentinas que comprar no mercado interno“.

Mesmo com todos os problemas relativos aos custos de produção, os números apresentados revelam que a penetração no mercado interno do vinho nacional vem crescendo, mas ainda apresenta grande potencial de aumento; para isso, deve superar alguns obstáculos. Diego Bertolini chama a atenção para uma pesquisa realizada pela Ibravin em 2007, que aponta como um dos gargalos para o crescimento do setor como um todo, a falta de preparo dos setores de comercialização para lidar com o consumidor de vinho – tanto de vinhos importados como de nacionais.

Todavia, no segmento on trade (bares e restaurantes), o principal empecilho para o vinho nacional é a imagem, tanto no exterior quanto no Brasil. Essa é a visão de Jandir Dalberto, diretor de operações da rede de churrascarias Fogo de Chão, que chega a vender 12 mil garrafas de vinhos/mês nos restaurantes brasileiros, e outras 60 mil nas churrascarias do grupo nos Estados Unidos. Desse universo, o vinho nacional ainda representa muito pouco, algo como 1% do total das vendas.

Uma das questões fundamentais que justificariam o fraco desempenho do vinho nacional frente aos importados, segunda Dalberto, seria a falta de um trabalho de divulgação do produto pelos próprios representantes das vinícolas, principalmente das menores. O vinho nacional, segundo ele, pode até competir em qualidade com o importado, mas a logística de distribuição e o trabalho de divulgação feito pelas vinícolas e seus representantes comprometem o desempenho do produto. “Os importadores“, ele ressalta, “são mais ativos que os representantes nacionais nesse aspecto“. As importadoras estão sempre presentes nos restaurantes da rede, demonstrando produtos e esclarecendo dúvidas, um trabalho que ele não vê sendo feito com a mesma intensidade pelos produtores nacionais.

Este é um ponto com o qual também concorda Bertolini. A imagem do vinho brasileiro precisa ser melhor trabalhada, já que ele possui qualidade. Ele lembra que “Chile e Argentina trabalham o mercado brasileiro há anos, e faziam isso mesmo antes do crescimento da indústria de vinhos finos no país“. Mas, além da imagem, a distribuição deve receber atenção.

Segundo ele, “é importante falar nesses aspectos. Quem posicionou o vinho importado no mercado brasileiro foi o próprio importador. Eles têm um foco no on trade (venda de vinhos em bares e restaurantes), com um portfólio que fecha um bom mix de produtos“. Essa clareza no foco de vendas e distribuição, bem como um corpo a corpo dos representantes das vinícolas junto aos bares e restaurantes, conforme apontou Dalberto, podem fazer a diferença na ampliação da fatia do mercado de vinhos pretendida pela a indústria nacional.

Aqueles que atentaram para a logística de distribuição, cuja estrutura permite esforços nessa direção, já sentem os resultados. Segundo Bertolini, “empresas que possuem uma teia de distribuição mais trabalhada vêm apresentando dados de crescimento, tanto em faturamento quanto em volume, ano a ano“. Para ele, parte da solução está em “trabalhar a valorização da marca e desmistificar o consumo do vinho, para que o aumento de volume de consumo permita um melhor trabalho de distribuição“.