Fundação Seade

Mulheres ganham 76% do salário pago aos homens, aponta Dieese

Do Valor, por Francine De Lorenzo – 02/03/11

Embora a participação das mulheres no mercado de trabalho tenha crescido na última década, com grau de instrução superior ao dos homens, os salários delas continuam sendo menores, de acordo com estudo realizado pela Fundação Seade e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), na região metropolitana de São Paulo.

Segundo o levantamento, as mulheres ganham 75,7% do valor pago aos homens para o desempenho das mesmas funções. A diferença de remuneração, entretanto, caiu se comparado ao ano de 2000, já que naquela época o salário das mulheres equivalia a 73,6% do salário dos homens.

Nos cargos com nível superior completo, a diferença de remuneração entre homens e mulheres é maior: elas recebem 63,8% do valor pago a eles para as mesmas funções, menos que em 2000, quando esse percentual era de 65,2%.

Na última década, a escolaridade das mulheres melhorou, com 17,1% das profissionais apresentando ensino superior completo. Em 2000, esse percentual era de 12,9%. Entre os homens, apenas 13% apresentam nível superior completo, embora tenha havido um avanço frente aos 10,8% registrados no início da década passada.

Entre 2009 e 2010, a participação feminina no mercado de trabalho (proporção das mulheres com idade acima de dez anos em situação de ocupadas ou desempregadas) subiu de 55,9% para 56,2%, enquanto que para os homens, o indicador ficou praticamente estável, passando de 71,5% para 71,6%.

A taxa de desemprego total entre as mulheres diminuiu pelo sétimo ano consecutivo em 2010, passando de 16,2% em 2009 para 14,7%. “Para a população feminina foram gerados 163 mil postos de trabalho, volume suficiente para absorver as 99 mil mulheres que ingressaram na força de trabalho metropolitana e reduzir em 64 mil o contingente de desempregadas”, destaca o estudo.

O resultado, de acordo com as entidades, reflete a melhora na educação das mulheres. Se em 2000 a maior parte da População Economicamente Ativa (PEA) com nível superior era composta por homens (51,3%), hoje essa posição é ocupada pelas mulheres (53,6%). O nível de ocupação dos profissionais com escolaridade superior cresceu mais rapidamente entre as mulheres do que entre os homens. Para o Dieese/Seade, se esse ritmo for mantido, “é de se esperar que, em poucos anos, as mulheres também passem a ser maioria no conjunto do ocupados”.

Pesquisa do Seade – Futuridade

Da Agência Estado, em 29/05/09

SP é uma das piores cidades para idoso viver, diz Seade

Entre os 4,3 milhões de idosos paulistas, 14% vivem em municípios com baixo nível de desenvolvimento e bem-estar e 7% moram em cidades classificadas como de alta qualidade de vida. São dados de um índice desenvolvido pela Fundação Seade e pela Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, o Futuridade. O índice mediu as condições de vida da população com mais de 60 anos nos 645 municípios do Estado. A capital é a 503ª na classificação geral.

Quando consideradas as cidades com mais de 200 mil habitantes, São Paulo aparece como a 24ª. A cidade com o melhor desenvolvimento é Santo Antonio da Alegria, e a que tem o pior índice é Nova Campina. Santo Antônio da Alegria tem apenas 6.249 habitantes. Desses, 834 têm mais de 60 anos. As características da cidade são uma constante entre os municípios nas melhores colocações. População pequena e com boa cobertura dos programas públicos voltados para a terceira idade.

Foram considerados três itens para construir o indicador: saúde, proteção social e participação. Cada um deles com variáveis como porcentagem de atendimentos na rede de proteção social básica, existência de um conselho municipal do idoso e taxa de mortalidade entre os 60 e 69 anos – o que é considerado como mortalidade precoce entre idosos. Segundo Alanna Armitage, representante do Fundo de Populações das Nações Unidas, o índice é fundamental para a construção de políticas públicas. “Na América Latina, o processo de envelhecimento aconteceu mais rápido do que em outros lugares, sem tempo para essas adaptações”, afirma.

De acordo com a Fundação Seade, em 2030 serão 7,1 milhões de idosos no Estado de São Paulo – 15,4% da população, 56,8% composta por mulheres. A diretora executiva da fundação, Felícia Madeira, diz que o Futuridade não pode ser confundido com o Índice de Desenvolvimento Humano. “O IDH indica o alcance das políticas públicas dos municípios e como eles têm se comportado”, diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.