Publicidade

Brasileiros confiam na publicidade, diz Nielsen

Do Meio & Mensagem, em 07/07/09
Felipe Turlão

Consumidores daqui demonstram maior confiança na publicidade, seja em televisão, jornal, revista, internet e outdoor, quando comparados com Estados Unidos, França, Reino Unido, Argentina, Japão e China. Estudo foi feito com 25 mil pessoas em 50 países

Quando comparados com habitantes de alguns dos principais países do mundo, os brasileiros demonstram um alto nível de confiança na publicidade. Os dados são de uma pesquisa sobre Confiança na Publicidade que a Nielsen fez pela internet com 25 mil pessoas de 50 países, sendo 501 delas no Brasil.

Um dos aspectos do estudo analisou o quanto as pessoas confiam em publicidade em cada uma das mídias. Os anúncios em revistas, por exemplo, recebem a “Total Confiança” de 19% dos brasileiros, contra 10% dos argentinos, 5% dos norte-americanos, chineses e franceses, e 3% de japoneses e britânicos. Do mesmo modo, 57% dos brasileiros “Confiam de alguma maneira”, contra índices parecidos em outros países. Os mais céticos estão na França, onde 42% “Não Confiam Muito” e 14% “Não Confiam Nada”.

Essas quatro escalas (entre aspas) foram aplicadas às outras mídias. Em anúncios de jornal, 17% dos brasileiros confiam completamente, o melhor índice na comparação com os países citados. A média global para esta escala foi de 7%. Em spots de rádio, 14% dos brasileiros também confiam completamente, contra somente 3%, por exemplo, de Estados Unidos e Japão. A publicidade em mecanismos de busca é totalmente confiável para 9% dos brasileiros, e confiável em parte por 53% deles, sendo que somente 5% não confiam nada. Os franceses, por exemplo, tem 19% de pesquisados que não confiam nada, e apenas 2% dos norte-americanos e britânicos confiam totalmente. As peças de outdoor são completamente confiáveis para 13% dos brasileiros, contra 4% de norte-americanos, franceses e britânicos e mero 1% dos japoneses.

A mídia que atrai a maior parte dos investimentos em publicidade no mundo, a televisão, traz resultados ainda melhores para o anunciante daqui. É de 21% a proporção de brasileiros que confia totalmente nos comerciais e 57% os que confiam em parte. Somente 19% não confiam tanto e 4% não confiam nada. Como base de comparação, nos Estados Unidos somente 6% confiam totalmente, e na França e Japão o índice cai para somente 5%. Mas ninguém supera os britânicos em ceticismo, com 4% de confiança total.

Força do boca a boca

No contexto global, a Nielsen destacou que as formas de publicidade mais confiáveis são as recomendações de pessoas conhecidas e opiniões postadas pelos consumidores na internet. O estudo mostra que nove a cada dez consumidores de internet acreditam em recomendações de conhecidos, e sete em cada dez apostam nas opiniões postadas no online, o mesmo índice válido para as informações contidas nos sites das próprias marcas.

“A explosão da mídia gerada pelo consumidor nos últimos dois anos traz a tendência de confiança no marketing boca-a-boca durante o processo de decisão, tanto vindo de conhecidos quanto de desconhecidos na web”, apontou em comunicado Jonathan Carson, presidente da unidade Online da Nielsen Company.

Ele aponta também que todas as outras formas de publicidade, com exceção dos anúncios de jornais, experimentaram um aumento no grau de confiança. E o maior crescimento na confiança, na comparação com a primeira pesquisa do gênero, realizada em abril de 2007, foi por parte dos patrocínios, com índice de confiança saltando de 49% para 64% hoje. A América Latina é a melhor região de confiabilidade em patrocínios, com 79% de brasileiros que acreditam neste tipo de publicidade, contra apenas 33% na Suécia, por exemplo.

Uma surpresa do estudo diz respeito sobre a efetividade do humor na publicidade brasileira. Perguntadas se eles costumam achar engraçados os comerciais que se propõe a ser assim, 38% dos brasileiros concordam fortemente ou concordam, 31% nem concordam e nem discordem, e 30% discordam ou discordam fortemente. O índice de discordância no Brasil é o maior entre os principais países. Na França, por exemplo, 20% discordam ou discordam fortemente, e o índice é de 13% nos Estados Unidos, 8% na Argentina, 14% no Reino Unido, e 16% no Japão.

Campanha publicitária de sensibilização contra acidentes de trânsito

Da BBC, em 06/07/09

Outdoor ‘chora’ em dia chuvoso para alertar sobre estradas molhadas

Campanha na Nova Zelândia espalhou outdoors com sensores que fazem rosto de garoto ‘chorar’ sangue quando chove.

Uma campanha publicitária na região de Papakura, ao sul de Auckland, maior cidade da Nova Zelândia, usa como alerta a motoristas outdoors com rosto de um menino que começa a “sangrar” cada vez que chove, ilustrando os perigos de ignorar estradas molhadas.

Os outdoors da campanha possuem sensores que jorram um líquido vermelho logo que começa a chover. Assim que o sol volta, o cartaz retorna ao normal automaticamente.

A propaganda avisa aos motoristas: “Chuva muda tudo. Por favor dirija de acordo com as condições climáticas”. Apesar de chocante, o Conselho do Distrito de Papakura diz que a campanha surtiu efeito.

Desde que começou, na Páscoa – tradicionalmente a época do ano com mais mortes de trânsito devido aos feriados longos e a temporada de chuvas fortes – ninguém sofreu acidentes fatais. “No outono as condições das estradas mudam e pedimos aos motoristas dirigirem com muito cuidado”, disse o inspetor de polícia Heather Wells à mídia neozelandesa. A campanha publicitária, criada pela agência Colenso BBDO, foi recentemente premiada pelo Festival Publicitário Internacional de Cannes.

Pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (Inca)

Noticiado em Globo.com em 27/05/09

Foto chocante no maço deixa 48% dos fumantes mais propensos a deixar o vício

Pesquisa que revelou dado foi feita em São Paulo, Rio e Porto Alegre.

Estudioso quer fotos na frente dos maços de cigarro.

Cinco anos depois que o uso de imagens mostrando os danos causados pelo cigarro nos maços se tornou obrigatório, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) realizou uma pesquisa para analisar o verdadeiro impacto das fotografias em fumantes e não fumantes. Os números mostram que a propaganda aversiva fez com que 48,2% dos fumantes ficassem mais propensos a largar o vício.

A pesquisa, por enquanto, entrevistou 717 pessoas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre — o objetivo final é entrevistar e acompanhar 1.800 brasileiros. O estudo foi feito em parceria com a Universidade de Waterloo, no Canadá, que aplica a mesma metodologia em países como Reino Unido, Suíça e Austrália, para o Projeto Internacional de Políticas de Controle do Tabaco.

Estudioso quer fotos na frente dos maços

“O Brasil é líder internacional no uso de advertências sanitárias com imagens fortes”, afirma o professor da Universidade de Waterloo, Geoffrey Fong. O pesquisador, no entanto, acredita que o fato de as fotos estarem só no verso faz com que os brasileiros ainda não tenham notado as fotografias tanto quanto poderiam.

“Temos conseguido fazer um contraponto em relação ao que a indústria sempre fez, que era mostrar imagens positivas para passar ideia que o cigarro não fazia mal. Vamos usar imagens fortes e agressivas, que tenham impacto na decisão das pessoas de começarem a fumar e de pararem de fumar”, completou o diretor do Inca, Luiz Antonio Santini.

Desde 2004, 19 imagens foram impressas nos maços de cigarros no país. Neste mês, outras dez entraram em vigor e deverão ser avaliadas em 2010. “As fotos foram desenvolvidas por neurobiólogos, que estudam a percepção emocional das pessoas em relação ao tabagismo”, explica Fong.

80% querem deixar de fumar

O resultado do trabalho no Brasil mostra ainda que as imagens e frases impressas impediram que 39,1% dos fumantes pegassem um maço de cigarros quando estavam prestes a fumar. As advertências fizeram 61,6% dos fumantes e 83,2% dos não fumantes pensarem nos danos do tabaco à saúde.

Entre os 17 países onde pesquisas semelhantes já foram feitas, o Brasil aparece no segundo lugar na proporção de fumantes que querem deixar de fumar, com 80%, atrás apenas da Holanda. Segundo o documento, 91,8% dos fumantes afirmaram que, se pudessem voltar atrás, não teriam começado a fumar.

De acordo com o Inca, o Brasil tem hoje 27,5 milhões de fumantes. No mundo todo, o número chega a 1,3 bilhão. A intenção dos pesquisadores é que, a cada mudança na política de controle do tabaco no Brasil, as mesmas pessoas sejam entrevistadas.