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Focus ou Unfocus Groups?

Do Blue Bus, em 18/05/10, por Tania Savaget


Já participei e ainda oriento alguns dos nossos clientes a promover focus groups para gerar insights para suas marcas. Pesquisas qualitativas, com grupos adequados, trazem informações, validam ou não alguns conceitos, reforçam ou nos fazem abandonar algumas ideias. Só acho que as pessoas do grupo, quando se percebem entre “iguais”, ficam um pouco envergonhadas de dar opiniões diferentes do “papel” esperado.

Temos feito encontros mais informais, que chamamos de ‘unfocus groups’, expressão de uma empresa de inovação que admiro muito. Neste caso, não se trata de uma pesquisa quali ou quanti, mas de uma geração de ideias mais livres e amplas. A ideia é falar com pessoas que têm visões bem diferentes e particulares de um mesmo assunto. Há pouco tempo, para falar sobre produtos chamados de “primeiros socorros”, convidamos um atleta, uma mãe, um médico, um hipocondríaco, uma manicure, uma enfermeira e chegamos a resultados muito interessantes.

Pense no significado de um esparadrapo para um atleta, que vive se machucando; para uma bailarina, que fica na ‘ponta’ 12 horas por semana; para uma enfermeira que trabalha num pronto socorro; para um hipocondríaco que gosta de acumular coisas que podem ser usadas numa “emergência”? São visões muito interessantes. E o melhor: como cada um sabe que está ali para representar um “papel” único no grupo, arrisca mais com total segurança. Tente fazer um e veja como é eficaz e divertido :- ).

Há 50 anos, ‘’Estado’’ publicava 1ª grande pesquisa sobre favela

Do Estadão, em 16/05/10, por Felipe Werneck

A cidade do Rio tinha 94 favelas há 50 anos, quando o Estado publicou em dois suplementos o resultado do estudo “Aspectos Humanos da Favela Carioca”, encomendado pelo jornal e coordenado pelo sociólogo José Arthur Rios, hoje com 88 anos.

Foi a primeira grande pesquisa realizada sobre o tema na então capital do País, diz o antropólogo Marco Antonio Mello, de 62, coordenador do Laboratório de Etnografia Metropolitana (LeMetro), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Seria possível dizer que os sociólogos e antropólogos que estudam cidades e sobretudo o Rio se dividem até hoje entre aqueles que leram “Aspectos Humanos da Favela Carioca”, os que ouviram falar e aqueles que não leram. Não havia nada semelhante feito até então sobre essas áreas. Foi muito importante para várias gerações de pesquisadores brasileiros.”

Agora, no cinquentenário da publicação, será realizado o colóquio “Aspectos Humanos da Favela Carioca: ontem e hoje”. Durante três dias, a partir de quarta-feira, o tema será debatido no salão nobre do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da UFRJ, no Largo de São Francisco, no centro. Está prevista a participação de cerca de 50 palestrantes, entre eles a socióloga Licia do Prado Valladares, autora de análise do programa de remoção de favelas do Rio editada em 1978, “Passa-se uma Casa”, que virou um clássico. As antropólogas Janice Perlman, dos Estados Unidos, e Colette Pétonnet, da França, vêm para o evento.

A pesquisa publicada pelo Estado foi realizada pela Sociedade de Análises Gráficas e Mecanográficas Aplicadas aos Complexos Sociais (Sagmacs), sob orientação do padre francês Louis Joseph Lebret, que fundara na década de 1940 o movimento Economia e Humanismo. O trabalho durou dois anos. Nos dias 13 e 15 de abril de 1960, uma semana antes da inauguração de Brasília, os tabloides chegaram às bancas, com 88 páginas.

Coordenador do colóquio, Mello diz que “paradoxalmente questões colocadas pelo estudo permaneceram ignoradas pela grande maioria dos planejadores urbanos”. “Por exemplo: o mito de que a favela é uma comunidade. Essa ideia de comunidade foi uma coisa trágica”, diz ele. “O estudo mostra a profunda diferenciação interna desses grupos. Que há interesses, estilos, expectativas, trajetórias, origens e formas de sanção internas distintas. Mostra que não existe a favela, mas favelas.”

Só 1,7% das cidades têm delegacias da mulher

Do iG, em 13/05/10, por Matheus Pichonelli

Pesquisa mostra ainda que apenas 18,7% dos municípios possuem organismos voltados à temática de gênero

IBGE mostra o retrato dos municípios brasileiros. Veja os principais pontos da pesquisa

Embora no Brasil existam leis específicas de combate à violência contra mulher, apenas 397 dos 5.565 municípios do País possuem atualmente delegacias de polícia especializadas no atendimento a essas vítimas. Isso significa que, de cada cem cidades brasileiras, apenas sete possuem entidades responsáveis para apurar casos específicos de agressão contra mulheres. Dessas, 192 estão no Sudeste.

Maioria da população, as mulheres dispõem atualmente de casas-abrigo em apenas 262 municípios e centros de referência de atendimento em somente 559 cidades. Para todo o País existem 469 núcleos especializados de atendimento às mulheres nas defensorias públicas e 274 com juizados especiais de violência doméstica e familiar. Entre as cidades com casas-abrigo, por exemplo, 35% estão no Sudeste – enquanto na Paraíba não existe uma instituição como essa.

Os dados constam da mais recente pesquisa sobre o Perfil dos Municípios Brasileiros – Gestão 2009 (Munic), do IBGE. Pela primeira vez, o levantamento tratou de questões como direitos humanos, Saúde e políticas de gênero nas administrações municipais. Os resultados apontam que o Brasil ainda possui um longo caminho até que os grupos vulneráveis da população passem a ser tratados como prioridades no âmbito das instituições locais.

Política de gênero

Exemplo disso é que atualmente apenas 18,7% dos municípios possuem organismos voltados à temática de gênero. Enquanto o percentual chega a 90% em cidades com mais de 500 mil habitantes, o número é de 10,3% em locais com menos de 5 mil habitantes. Entre os municípios nordestinos, 417, ou quase um quinto do total, possuem estruturas de políticas para as mulheres – mais do que em todo o Sudeste, com 262 municípios. Em Roraima, no Norte do País, não há nenhum organismo dessa natureza.

O instituto, no entanto, ressalta em seu relatório que a existência de organismos de políticas para mulheres não assegura condições de desenvolvimento adequado dos trabalhos. De acordo com a avaliação, a escassez de recursos humanos e financeiros é um fator que ainda impede uma articulação adequada entre gestores e população.

Segundo o IBGE, desde 2004 os órgãos da administração pública federal trabalham segundo as orientações do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, cuja municipalização e estadualização têm sido estimuladas. Os trabalhos, porém, ainda são incipientes. Prova disso, segundo o instituto, são os dados da Munic que apontam que apenas 193 municípios, ou 3,5% do total, possuíam planos municipais de políticas para as mulheres. Destes, 74 são municípios do Nordeste. Ou seja: em muitos casos, há estrutura, mas não trabalhos efetivos de combate à violência doméstica.

A pesquisa apontou que existem no País mais municípios desenvolvendo ações de gênero em parceria do que municípios com mecanismos próprios: são 1.799 contra 1.043. Grande parte das ações executadas em parceria se dá por meio do apoio da própria administração pública municipal (64,0%), seguida dos governos federal e estadual (33% e 32%, respectivamente) e organizações não governamentais (29%). Outros 2% dos municípios desenvolvem atividades em conjunto com organizações religiosas.

O levantamento mostra também que quanto maior o município “mais intenso é o direcionamento de esforços e recursos para o desenvolvimento de ações” para a população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), negros e indígenas. O número de prefeituras que possuem programas para esses grupos é de 130 (2,3% do total), enquanto a estimativa é que 24,9% da população pertençam a algum desses grupos.

Apenas 92 cidades, ou 1,7% do total, reconhecem direitos da população LGBT. Isso significa que 39,7 milhões de habitantes desses municípios, que representam 20,8% da população brasileira, são cobertos por alguma legislação específica. Dessas cidades, 24 estão situadas em oito regiões metropolitanas. Isso também é bacana

Direitos Humanos

A pesquisa apontou ainda que apenas 79 municípios brasileiros possuem conselhos municipais de direitos humanos, dos quais 44 não possuem sequer órgão gestor responsável por implementar uma política para o setor. Detalhe: apenas 57 desses conselhos realizaram reuniões nos 12 meses anteriores à pesquisa. Um quarto dos municípios tem algum tipo de estrutura específica para direitos humanos – no Piauí, estava presente em 75% das cidades.

Em relação às crianças, outro dado da pesquisa é que, embora o Estatuto da Criança e do Adolescente preveja que todos os municípios brasileiros devam ter pelo menos um Conselho Tutelar, em 92 cidades (21 só em Minas Gerais) eles simplesmente não existem.

Outro avanço constatado pela pesquisa foi que em dez anos foram criados novos conselhos tutelares, que foram instalados em quase todos os municípios do País (98,3%, contra 55% de 1999). Já a questão dos idosos também ganhou importância, sobretudo a partir do Estatuto do Idoso, de 2003. Hoje, quase 60% dos municípios possuem ações voltadas para este público.

Minorias étnicas também passaram a ganhar relevância pelo País nos últimos anos: atualmente, 290 municípios já reconheceram a existência de acampamentos ciganos em seus territórios, o que dá a possibilidade, segundo o instituto, de se promover inclusão sociocultural dessas comunidades.

O novo conceito de “internet das coisas”

Do G1, por Leopoldo Godoy

Saiba como a ‘internet das coisas’ vai mudar seu cotidiano em breve

Geladeiras e até latinhas de cerveja vão ficar ‘inteligentes’

Já pensou como será ótimo se a sua geladeira avisasse quando o leite estivesse vencido? Ou que comprasse automaticamente mais latas de sua cerveja favorita quando a bebida acabasse? E que tal um equipamento que calcula quanto tempo você vai levar no trânsito até o local de seu primeiro compromisso do dia, ajustando seu despertador para tocar na hora certa?

A princípio, é fácil confundir essa história com um roteiro de cinema. Mas estamos falando de tecnologias reais, que prometem estar cada vez mais presente na vida das pessoas. A chamadada “internet das coisas” representa um conjunto de invenções que permitirão aos objetos – comuns, do cotidiano – se conectarem à rede e passarem a interagir entre eles e com as pessoas.

O exemplo clássico é o da geladeira inteligente, capaz de identificar a falta de alimentos no estoque, buscar receitas em sites especializados e acrescentar produtos à lista de compras do supermercado, aprovada e confirmada pela internet com um clique pelo usuário. Os próprios objetos seriam responsáveis por essa interação: um chip na caixa de leite, por exemplo, avisa o aparelho da proximidade da data de vencimento. Ao sair da geladeira, a última cerveja avisa, eletronicamente, que é preciso comprar mais.

Mas a tecnologia pode ter diversas aplicações. No transporte público, por exemplo, é possível ser avisado do horário exato em que um ônibus passará pelo ponto. A companhia responsável pelos coletivos, por sua vez, pode ser avisada caso ocorra um fluxo acima do normal de passageiros em um corredor, colocando mais veículos em operação naquela linha. Tudo praticamente sem intervenção humana, gerenciado pela inteligência das máquinas.

A Apple, criadora do iPod, do iPhone e do iPad, já se utiliza de conceitos da “internet das coisas”. A empresa firmou uma parceria com a Nike para instalar chips em tênis de corridas, que passam a ser capazes de monitorar os exercícios físicos.

Há também aplicativos que colocam em contato todos os sistemas de gerenciamento de uma casa: é possível, por exemplo, ligar a irrigação do jardim, mesmo estando do outro lado do mundo. Seu telefone celular também te avisa, pelo celular, se você esqueceu o ferro de passar ligado. O aquecedor de água conectado a sua agenda sabe a hora exata do banho, e entra em funcionamento automaticamente.

(…)

O que é a internet das coisas? É um equipamento específico?

Não. A internet das coisas é um conceito que reúne diversas tecnologias que têm se desenvolvido nos últimos anos. Os pilares que garantem a transformação dessa ideia em realidade são os sensores RFID (sigla em inglês para identificação por radiofrequência), as redes sem fio ubíquas (ou seja, presentes em todos os lugares) e a mudança do protocolo de internet para a versão IPv6.

Atualmente, o protocolo IPv4 só é capaz de “contar” até 4 bilhões. Ou seja, só podemos dar endereços diferentes para um número limitado de computadores, telefones celulares e equipamentos conectados à rede. Na internet das coisas, cada objeto precisa de um endereço próprio. É aí que entra o IPv6. Ele garantirá códigos diferentes para uma quantidade praticamente infinita (mais precisamente, 340.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000… ou 340 undecilhões!) de objetos.

Já existem aplicações que fazem uso desse conceito?

Sim. A parceria entre a Apple e a Nike, por exemplo, já dá uma boa noção de como será a comunicação inteligente dos objetos no futuro. Também existem sistemas que utilizam etiquetas RFID ou mesmo em QRCode (versões mais modernas do velho código de barras) para armazenar a história de cada objeto.

Outro produto que se aproveita da internet das coisas é um pequeno robô chamado Nabaztag, criado pela empresa americana Violet. Parece um coelhinho inofensivo de brinquedo, que fala, mexe as orelhas e pisca luzes coloridas. Mas dependendo da cor que ele assume, Nabaztag comunica a chegada de novos e-mails, informa a previsão do tempo, a situação das estradas e até o comportamento das bolsas de valores, tudo em tempo real.

Quero trabalhar no desenvolvimento de aplicativos para a internet das coisas. Quais os grandes centros de estudo sobre esse assunto?

Os dois maiores polos mundiais de pesquisa em conectividade de objetos são o Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, e a Universidade de Manchester, na Inglaterra, sede da conferência anual “The Future of Things” (em português, “o futuro das coisas”).

Leia também: Pode a RFID sobreviver à “Internet das Coisas”?

Anúncio para ver molhado

Do Blue Bus, por Julio Hungria – 13/05/10

A DM9 manda molhar a página do encarte para ver o anúncio

Um encarte do Purificador de Água Brastemp, criado pela DM9, exibe aos leitores da revista onde foi veiculado 1 anúncio impresso com tinta especial – quando molhado, revela o nome de inúmeras bactérias que ‘podem estar’ presentes na água de casa. A agência quer saber se o leitor acha que a água que bebe é pura. ‘Vende’ o Purificador Brastemp, “sistema de tripla filtragem, que elimina 100% das bactérias e impurezas da água”. Criação de Marcos Abrucio, Caio Cassoli e Ulisses Razaboni, com direção de criação de Sergio Valente, Rodrigo Almeida, Renata Florio e Moacyr Netto.

Dados atuais sobre o uso do Twitter

Do Blue Bus – 12/05/10

Novos dados sobre o microblog Twitter foram divulgados nesta 4a feira durante o evento Smash Summit, em São Francisco. Com 105.779.710 usuários, o serviço cresce 300 mil usuários a cada dia. Ou pouco mais de 8% ao mês. Em relação à busca, que oferece uma visão em tempo real sobre o que a internet pensa sobre determinado assunto, o número é ainda mais interessante, são 600 milhões de queries/dia.

O que houve com o antigo Hotel Hilton do centro

O Tribunal de Justiça de São Paulo ocupa hoje o antigo prédio do Hotel Hilton, na Avenida Ipiranga, 135/165, no Centro de São Paulo.

117 desembargadores mudaram-se do edifício conhecido como “Paulistão”, na Avenida Paulista.


Segundo o site Direito2 noticiou em 2007:

O prédio do Hilton foi escolhido em virtude de oferecer melhores acomodações, ter espaço para acomodar todos os desembargadores e juízes de segundo grau das câmaras de Direito Público. Também fica mais próximo da sede do TJ, e foi entregue reformado, às expensas dos proprietários do imóvel.

Os gabinetes dos desembargadores ficavam em um prédio na Avenida Paulista, que não atendia mais as necessidades do TJ, pois havia a necessidade de reformas, sem o interesse do locador em realizá-las.

O prédio locado na Avenida Ipiranga tem uma área construída de 34.722,00 m². São 32 andares, com três de garagem. Possui 6.163,50 m² a mais em área construída, que o prédio da Paulista, além disso, as condições da infraestrutura, tais como elevadores, ar-condicionado, geradores, banheiros, são melhores.

O local abrigará 126 gabinetes de trabalho de todos os desembargadores das câmaras de Direito Público, juízes substitutos em segundo grau, unidades administrativas e de apoio aos gabinetes, bem como serviços administrativos gerais. Contará também com dois restaurantes; sendo um no 10º andar e o outro, no 32º.

As fachadas do prédio e o jardim externo do 10º são tombados, por isso, houve restrições de mudanças. Internamente está sendo feita uma reforma geral em todas as instalações do imóvel para adaptação das instalações originais destinadas à hotelaria, com revisão elétrica, lógica, piso, pinturas, etc. O Tribunal colocará sistema de comunicação, informática, mobiliário e persianas.

O TJSP colocou o espaço do antigo teatro do hotel, no andar térreo, à disposição das secretarias estadual e municipal da Cultura, para que seja reaberto com espetáculos e demais eventos culturais ao público.

Cada desembargador ocupará três (3) salas do Hilton, que foi totalmente reestruturado.

TV a cabo tem 15% de comerciais

Da Folha Online, em 09/04/10

A Associação de Consumidores Proteste enviou ao Ministério Público Federal de São Paulo uma pesquisa com cinco emissoras de TV a cabo, constatando que o público é submetido a 15% de publicidade durante sua programação. Segundo Maria Inês Dolci, coordenadora do instituto, a pesquisa visa a colaborar com a consulta pública iniciada pelo MPF, em janeiro, sobre o excesso de publicidade nas TVs pagas. O estudo apontou que, na Fox, a média de comerciais durante a programação é de 23%. Em seguida estão, Nickelodeon (19,6%), MTV (15,7%), SporTV (14,9%) e Globo News (13,2%). As emissoras foram escolhidas de forma aleatória entre 3 e 4 de março.

Da Proteste

Pesquisa da PROTESTE monitorou 5 canais e constatou que as crianças são mais prejudicadas. Pagar pela programação não livra de comercial.

A PROTESTE Associação de Consumidores enviou ao Ministério Público Federal de São Paulo o resultado de pesquisa com cinco canais de TV por assinatura em que constatou que em média o consumidor está submetido a 15% de publicidade durante a programação. Ou seja, paga pela programação e é obrigado a assistir a uma carga cada vez maior de comerciais. O estudo apontou que no canal infantil Nickelodeon, a média de comerciais durante a programação é de 19,64%. E na Fox 23%.

A preocupação da Associação é que entre os cinco canais monitorados durante 24 horas, o maior prejuízo é para as crianças, justamente a faixa mais vulnerável de consumidores.

A média no Nickelodeon foi de cerca 11minutos e 45 segundos de publicidade por hora.É importante proteger as crianças da influência do incentivo ao consumo exagerado ou desregrado. E o estudo mostrou que a criança está exposta a uma carga maior de publicidade nos horários em que os pais geralmente estão fora de casa.

Para a PROTESTE, o resultado do estudo demonstra a necessidade de impor restrições para a publicidade em canais de programação infantil, por meio de regulamentação. E estabelecer mecanismos para que seja respeitado o direito do consumidor ser informado quanto ao tempo de programação e de publicidade, ao contratar o pacote de serviços da TV por assinatura. Também chamou a atenção no estudo a quantidade de interrupções, durante a programação. Deveria haver um limite, para uma melhor distribuição.

“Não podemos ser coniventes com o aumento gradual do tempo de veiculação de publicidade como constatamos, em prejuízo do consumidor, que tende a pagar mais por publicidade do que por programação”, avalia Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da PROTESTE. A principal fonte de recursos das operadoras de TV paga provém da assinatura dos serviços, o que justificaria a fixação de um limite para veiculação de publicidade em percentual inferior ao estabelecido para a radiodifusão

O estudo feito pela PROTESTE foi para contribuição à consulta pública “televisão por assinatura e transparência das relações de consumo: quantidade de programação, quantidade de publicidade e o direito do consumidor à informação” promovido pelo Ministério Público Federal (MPF).

Outro ponto que merece destaque na pesquisa é o tempo de comerciais durante um programa (interrupções). Os percentuais demonstram a falta de uma melhor distribuição dos comerciais durante toda a grade de programação.

Hoje não há limite para veiculação de publicidade nos canais fechados. Uma proposta de fixação de 12,5% do total diário da programação e de 25% a cada hora para a publicidade pelas TVs por assinatura chegou a fazer parte do projeto de lei PL 29 em tramitação na Câmara. Mas este limite foi derrubado na comissão de Ciência, tecnologia, Comunicação e Informática. Para a TV aberta o Código Brasileiro de Telecomunicações prevê limite de 25% da grade de programação para veiculação de publicidade.

Foram monitoradas e gravadas as programações da MTV, Nickelodeon, Sport TV, Fox e GloboNews. Esses canais foram escolhidos de forma aleatória pela PROTESTE, para abranger o público infantil, jovem e adulto. Foi gravada toda a programação transmitida nos dias 03 e 04 de março, durante 24 horas, por uma empresa de monitoramento de TVs, contratada pela PROTESTE.

A MTV Brasil enviou Comunicado à PROTESTE informando uma TV em UHF com sinal aberto em todas as localidades do Brasil. Assim como outras emissoras, a MTV utiliza-se do sinal de operadoras de TV paga para melhorar seu próprio sinal. A inserção da MTV no estudo foi um critério da entidade por ser uma das principais emissoras a veicular programas voltados a jovens e foi escolhida por fazer parte da grade de pacotes oferecidos pelas empresas de TV por assinatura.