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Valorização da “geração matures”

De Outro Canal, por Daniel Castro

Público desprezado pela publicidade e pela programação das TVs, as pessoas com mais de 60 anos finalmente começam a despertar interesse.

Na última edição de seu “Bip”, boletim voltado para anunciantes e agências, a Globo lança um estímulo por mais anúncios para o que chama de “geração matures” (maduros).

“A geração matures é formada por pessoas com mais de 60 anos, conhecida como a idade de ouro. Esse público, que representa 10,5% da população brasileira, ou quase 20 milhões de pessoas, vem crescendo”, anuncia a publicação.

Em três páginas, o boletim lembra que a expectativa de vida do brasileiro passou de 69 anos em 1997 para 73 em 2007. Afirma que hoje 9,7 milhões dos domicílios do país têm “famílias intergeracionais” (três gerações) e que, em 53% desses lares, os idosos representam mais da metade da renda.

O “Bip” traz ainda um estudo feito pela Central Globo de Marketing cruzando dados do Ibope e do IBGE. Segundo o trabalho, a “geração matures” consome 14 horas de TV por semana; 86% veem TV das 20h às 22h e 42% assistem a programas de auditório.

A Globo divide os “matures” em quatro perfis (questionadores, modernos, conservadores e festeiros) e aponta alguns parâmetros de consumo: a maior parte dos “festeiros” (23%) vive em São Paulo e 46% dos “modernos” têm computador.

“É um público que merece ser mais bem tratado. Temos um grande mercado para ser explorado”, disse à Folha Willy Haas, diretor-geral de comercialização da Globo.

Pesquisa da OIT revela que as mulheres e os negros sofrem mais com problemas relacionados ao trabalho

De Portal MS, 10/07/09

“A situação do negro no Brasil é alarmante!” A afirmação é da coordenadora de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial de Mato Grosso do Sul Raimunda Luzia de Brito, ao tomar conhecimento do relatório “Trabalho Decente e Juventude”, lançado no dia 1º de julho, deste ano, em Brasília (DF), pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O documento analisou a situação da juventude no país, no período de 1992 a 2006, e apresenta alguns dos principais programas brasileiros voltados para o segmento. O lançamento aconteceu durante a abertura de uma oficina sobre o tema que, junto com o relatório, irá subsidiar a elaboração da Agenda Nacional de Trabalho Decente para a Juventude. O estudo baseou-se na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) e revelou que a taxa de desemprego entre os jovens é 3,2 vezes maior que a dos adultos. Em 2006, dos 22,2 milhões de jovens ativos, 3,9 milhões estavam sem ocupação.

Os grupos mais afetados pelos problemas relacionados ao trabalho são as mulheres e os negros. O déficit de emprego entre as mulheres jovens é de 70,1% contra 65,6% entre os homens da mesma faixa etária. Há diferença também entre os jovens negros (74,7%) e os jovens brancos (59,6%). Esses dados mostram, segundo a diretora do Escritório da OIT no Brasil, Laís Abramo, que as jovens negras vivem uma situação de dupla discriminação. De acordo com o relatório, o índice de desemprego e informalidade entre as pessoas desse grupo chega a 77,9% .

O estudo também revela que há uma diferença significativa no nível de escolaridade entre jovens brancos e negros. Enquanto apenas 7% dos jovens brancos têm baixa escolaridade, segundo o relatório esse índice chega a 16% entre os jovens negros.

Programa do governo

Ao fazer uma análise sobre o relatório divulgado pela OIT, a coordenadora da Cppir disse que a OIT é uma grande parceira dos governos Estadual, Municipal e Federal. “Está sempre colaborando e capacitando pessoal”. Raimunda também fez elogios aos programas do Governo do Mato Grosso do Sul voltados para juventude sul-mato-grossense. Dentre as diversas ações realizadas no Estado para esse seguimento, ela destacou o Programa Nacional de Inclusão de Jovens – Educação, Qualificação e Ação Comunitária (ProJovem Urbano). O programa no Estado, que está sob coordenação da Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas) disponibiliza três mil vagas para sete municípios (Coxim, Dourados, Naviraí, Ponta Porã, Rio Brilhante, Três Lagoas e Rio Verde de Mato Grosso).

“O ProJovem vai capacitar o jovem para o primeiro emprego. Também temos, no governo, a Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Juventude, e a Fundação de Trabalho e Qualificação Profissional de Mato Grosso do Sul (Funtrab). São órgãos que estão com trabalhos também voltados para esse seguimento”, informou Brito

Negros

Porém, ao falar sobre a situação da população negra no Brasil, ela disse que é alarmante! “Primeiro, porque quem morre mais é o negro. Nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, está uma matança de jovens negros enorme!”, afirmou ela, lembrando que a maioria dos jovens negros assassinatos são jovens de 14 a 25 anos que não tinham passagens pela polícia e que estavam trabalhando em sub-empregos.

Segurança

Quanto à área da segurança pública, Raimunda disse que está aguardando uma resposta do Comandante da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e da Diretoria Geral da Polícia Civil, para participar dos cursos de formação para oficiais, que são realizados pela corporação no Estado.

Em 2008, representantes das entidades do Movimento Negro do Estado reuniram-se com o comandante geral da Polícia Militar, coronel Geraldo Garcia Orti, para tratar de assuntos sobre questão racial – violência. Segundo Raimunda de Brito um dos principais assuntos é a abordagem por parte dos policiais à população negra, e ainda, a questão racial.

“Queremos participar dos cursos que são realizados pelos oficiais militares para falarmos sobre a questão racial”, explicou a coordenadora da Cppir, que também não deixou de lembrar que agora temos uma mulher negra, delegada corregedora da Polícia Civil, na presidência do Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine). O órgão que é ligado a Setas é presidido pela delegada Marlene de Aguiar Justino da Cruz. “Isso deu uma visibilidade diferente”, comentou Raimunda.

Brasileiros confiam na publicidade, diz Nielsen

Do Meio & Mensagem, em 07/07/09
Felipe Turlão

Consumidores daqui demonstram maior confiança na publicidade, seja em televisão, jornal, revista, internet e outdoor, quando comparados com Estados Unidos, França, Reino Unido, Argentina, Japão e China. Estudo foi feito com 25 mil pessoas em 50 países

Quando comparados com habitantes de alguns dos principais países do mundo, os brasileiros demonstram um alto nível de confiança na publicidade. Os dados são de uma pesquisa sobre Confiança na Publicidade que a Nielsen fez pela internet com 25 mil pessoas de 50 países, sendo 501 delas no Brasil.

Um dos aspectos do estudo analisou o quanto as pessoas confiam em publicidade em cada uma das mídias. Os anúncios em revistas, por exemplo, recebem a “Total Confiança” de 19% dos brasileiros, contra 10% dos argentinos, 5% dos norte-americanos, chineses e franceses, e 3% de japoneses e britânicos. Do mesmo modo, 57% dos brasileiros “Confiam de alguma maneira”, contra índices parecidos em outros países. Os mais céticos estão na França, onde 42% “Não Confiam Muito” e 14% “Não Confiam Nada”.

Essas quatro escalas (entre aspas) foram aplicadas às outras mídias. Em anúncios de jornal, 17% dos brasileiros confiam completamente, o melhor índice na comparação com os países citados. A média global para esta escala foi de 7%. Em spots de rádio, 14% dos brasileiros também confiam completamente, contra somente 3%, por exemplo, de Estados Unidos e Japão. A publicidade em mecanismos de busca é totalmente confiável para 9% dos brasileiros, e confiável em parte por 53% deles, sendo que somente 5% não confiam nada. Os franceses, por exemplo, tem 19% de pesquisados que não confiam nada, e apenas 2% dos norte-americanos e britânicos confiam totalmente. As peças de outdoor são completamente confiáveis para 13% dos brasileiros, contra 4% de norte-americanos, franceses e britânicos e mero 1% dos japoneses.

A mídia que atrai a maior parte dos investimentos em publicidade no mundo, a televisão, traz resultados ainda melhores para o anunciante daqui. É de 21% a proporção de brasileiros que confia totalmente nos comerciais e 57% os que confiam em parte. Somente 19% não confiam tanto e 4% não confiam nada. Como base de comparação, nos Estados Unidos somente 6% confiam totalmente, e na França e Japão o índice cai para somente 5%. Mas ninguém supera os britânicos em ceticismo, com 4% de confiança total.

Força do boca a boca

No contexto global, a Nielsen destacou que as formas de publicidade mais confiáveis são as recomendações de pessoas conhecidas e opiniões postadas pelos consumidores na internet. O estudo mostra que nove a cada dez consumidores de internet acreditam em recomendações de conhecidos, e sete em cada dez apostam nas opiniões postadas no online, o mesmo índice válido para as informações contidas nos sites das próprias marcas.

“A explosão da mídia gerada pelo consumidor nos últimos dois anos traz a tendência de confiança no marketing boca-a-boca durante o processo de decisão, tanto vindo de conhecidos quanto de desconhecidos na web”, apontou em comunicado Jonathan Carson, presidente da unidade Online da Nielsen Company.

Ele aponta também que todas as outras formas de publicidade, com exceção dos anúncios de jornais, experimentaram um aumento no grau de confiança. E o maior crescimento na confiança, na comparação com a primeira pesquisa do gênero, realizada em abril de 2007, foi por parte dos patrocínios, com índice de confiança saltando de 49% para 64% hoje. A América Latina é a melhor região de confiabilidade em patrocínios, com 79% de brasileiros que acreditam neste tipo de publicidade, contra apenas 33% na Suécia, por exemplo.

Uma surpresa do estudo diz respeito sobre a efetividade do humor na publicidade brasileira. Perguntadas se eles costumam achar engraçados os comerciais que se propõe a ser assim, 38% dos brasileiros concordam fortemente ou concordam, 31% nem concordam e nem discordem, e 30% discordam ou discordam fortemente. O índice de discordância no Brasil é o maior entre os principais países. Na França, por exemplo, 20% discordam ou discordam fortemente, e o índice é de 13% nos Estados Unidos, 8% na Argentina, 14% no Reino Unido, e 16% no Japão.

Campanha publicitária de sensibilização contra acidentes de trânsito

Da BBC, em 06/07/09

Outdoor ‘chora’ em dia chuvoso para alertar sobre estradas molhadas

Campanha na Nova Zelândia espalhou outdoors com sensores que fazem rosto de garoto ‘chorar’ sangue quando chove.

Uma campanha publicitária na região de Papakura, ao sul de Auckland, maior cidade da Nova Zelândia, usa como alerta a motoristas outdoors com rosto de um menino que começa a “sangrar” cada vez que chove, ilustrando os perigos de ignorar estradas molhadas.

Os outdoors da campanha possuem sensores que jorram um líquido vermelho logo que começa a chover. Assim que o sol volta, o cartaz retorna ao normal automaticamente.

A propaganda avisa aos motoristas: “Chuva muda tudo. Por favor dirija de acordo com as condições climáticas”. Apesar de chocante, o Conselho do Distrito de Papakura diz que a campanha surtiu efeito.

Desde que começou, na Páscoa – tradicionalmente a época do ano com mais mortes de trânsito devido aos feriados longos e a temporada de chuvas fortes – ninguém sofreu acidentes fatais. “No outono as condições das estradas mudam e pedimos aos motoristas dirigirem com muito cuidado”, disse o inspetor de polícia Heather Wells à mídia neozelandesa. A campanha publicitária, criada pela agência Colenso BBDO, foi recentemente premiada pelo Festival Publicitário Internacional de Cannes.

Crise faz pesquisa assumir perfil tático e de curto prazo

De “Valor”, 16/03/09
Ana Paula Paiva/Valor

Salama, do Kantar Group: no exterior, busca é por pesquisa “holística”, que ajude o cliente a vender mais e gastar menos

Em tempos de bonança, anunciantes e agências de publicidade contratam pesquisas de mercado para entender melhor o consumidor e se antecipar às suas necessidades, traçando tendências. Agora, em pleno olho do furacão, uma dúvida atormenta os departamentos de marketing e de planejamento: a pesquisa entra na coluna dos custos que devem ser cortados ou dos investimentos que precisam ser mantidos? Diminuir o orçamento se tornou imperativo em 2009 – mas, se o mercado não cresce e o único jeito de conquistar espaço é tirar cliente da concorrência, menosprezar informação pode ser uma decisão desastrosa.

A saída encontrada pelos anunciantes tem sido optar pela pesquisa tática, para “sentir o pulso” do consumidor no ponto-de-venda: qual a sua reação a merchandising, às promoções e quanto o preço influencia na decisão de compra. Esse tipo de pesquisa, segundo empresas do setor, chega a custar metade do preço de um estudo sobre tendências, muito mais complexo, que pode envolver levantamentos estatísticos e qualitativos.

“A pesquisa tática se destina a resolver problemas imediatos, algo que ganha muito mais força agora do que os grandes estudos de segmentação, considerados estratégicos para iniciativas de longo prazo”, diz Waldyr Pilli, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep) e diretor da Larc Pesquisas de Marketing. Na Larc, diz ele, os anunciantes têm buscado indicadores de mudança de comportamento diante da crise e do medo que ela provoca.

O mercado de pesquisas no Brasil, que cresceu 15% em 2008, para R$ 1,207 bilhão, sentiu uma freada nos investimentos no último trimestre do ano. Mas, segundo Pilli, o primeiro trimestre de 2009 já demonstra uma retomada. “Os anunciantes que interromperam os projetos no fim do ano passado estão voltando a investir agora, preferencialmente em pesquisas táticas”, diz.

A Ipsos, líder em estudos customizados no país, tem sentido a ansiedade dos anunciantes no dia-a-dia. “Muitos querem testar promoções, saber se é melhor dar 10% de desconto ou adotar o ‘leve três, pague dois’, além de identificar até que ponto o consumidor suporta aumento de preços”, afirma Jorge Kodja, diretor de contas da divisão Ipsos Marketing. O executivo vê mais uma frente que ganha espaço no mercado de pesquisas: os estudos on-line, que custam entre 20% e 30% menos do que os levantamentos presenciais. “Trata-se de uma modalidade que vem crescendo todo mês”, diz Kodja.

O Datafolha, por sua vez, registrou um ótimo primeiro bimestre, com crescimento de 30% em comparação com o mesmo período de 2008. “Pesquisas que medem a retenção e o resultado do merchandising na TV têm sido muito procuradas por agências a pedido de clientes de diferentes áreas, especialmente da indústria alimentícia”, afirma Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha. A boa demanda deve fazer com que a empresa passe a oferecer mais duas medições de merchandising ainda neste primeiro semestre: em cinemas e em pontos-de-venda.

Segundo Paulino, veículos de comunicação e a indústria farmacêutica também vêm reforçando investimentos em pesquisa. “Em tempos de crise, as empresas se interessam mais por pesquisas para tornar as estratégias e os investimentos mais precisos”, diz.

E essa tendência não se restringe ao mercado brasileiro. Em todo o mundo, os anunciantes estão à procura de estudos cada vez mais certeiros, que identifiquem com maior fidelidade o perfil do consumidor e quais as melhores mídias para atingi-lo. “Todos os clientes estão tentando fazer crescer suas receitas e cortar seus custos – e a pesquisa deve contribuir diretamente nessa tarefa”, afirmou ao Valor Eric Salama, principal executivo do Kantar Group, braço de consultoria e pesquisas do conglomerado de comunicação WPP.

Em outubro de 2008, o Kantar comprou a TNS e, no fim de fevereiro, promoveu a fusão da empresa com outra multinacional do grupo, a Research International, criando a maior fornecedora de pesquisas customizadas do mundo, a TNS International. Com a nova empresa, a receita do Kantar Group bateu os US$ 4,5 bilhões em 2008, o que representa cerca de 30% do faturamento do WPP. No Brasil, a TNS International afirma ocupar o segundo lugar entre os fornecedores de levantamentos ad hoc (sob encomenda), atrás apenas da Ipsos e à frente da GFK e do Ibope Inteligência.

Salama reconheceu a força dos concorrentes no mercado nacional, especialmente da líder Ipsos, mas acredita que é possível crescer mais aqui do que na China e no México este ano. “O Brasil é um dos nossos dez maiores mercados no mundo”, diz ele, que prevê em 2009 empate com a receita global do ano anterior. Segundo o executivo, que atende multinacionais como Unilever, Procter & Gamble, Coca-Cola e Pepsi, as pesquisas são mais necessárias para o mercado agora do que nunca. “Os clientes querem entender o quanto a mídia influencia, como as pessoas se relacionam com as marcas, como decidem as compras nos supermercados e lojas, ou seja, tudo que as ajude a se manter competitivas”.

Essa visão “holística” do cliente faria com que os anunciantes gastassem menos com mídia. Essa é a conclusão da World Federation of Advertisers (WFA), que realizou na semana passada, em São Paulo, a sua Conferência Global de Anunciantes, em parceria com a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA). O diretor de comunicação de marketing da WFA, Robert Dreblow, destacou o projeto global conduzido pela entidade, o Blueprint, que propõe a revisão dos métodos de medição de audiência e pesquisa. “Queremos que o foco esteja sobre o consumidor, não sobre o produto ou a mídia”.

Se o comprador fosse encarado de maneira “holística”, diz Dreblow, o número de anúncios e o nível de frequência das campanhas seriam menores. Para a WFA, o anunciante hoje é incapaz de medir e seguir o comportamento multimídia do consumidor, porque as pesquisas não o enxergam dessa forma. Além disso, segundo a associação, o uso de novas tecnologias não está sendo eficaz para obter dados de forma rápida e barata.

A multinacional americana de cosméticos Avon concorda. “As pesquisas de mercado não estão respondendo às nossas necessidades”, diz Rafal Szysz, gerente regional de mídia da Avon para a Europa, o Oriente Médio e a África, que participou do evento da WFA. Segundo Szysz, muitos fornecedores primeiro criam os modelos de pesquisa, com base no que acham que os anunciantes precisam, e tentam lhes vender isso. “Antes de mais nada, as empresas de pesquisa deveriam ouvir o cliente e fazer estudos que sejam realmente sob medida”. Isso não significa, necessariamente, segundo o executivo, pesquisas mais baratas. “Se eu perceber o real valor daquele estudo para o meu negócio posso pagar mais por ele.”

Jorge Kodja, da Ipsos Marketing, acredita que muitos anunciantes encaram as pesquisas de mercado de maneira pouco objetiva. “Não são raros os casos em que um produto vai para o mercado sem ter passado por uma avaliação prévia com o consumidor”, diz Kodja. “Nesses casos, a empresa encomenda a pesquisa esperando que ela valide as suas expectativas com o produto”.

Empresários desconfiam do governo, diz pesquisa

Da Agência Estado, 28/06/09

Falta de confiança nas ações governamentais, insatisfação com política externa e pouco apoio à atividade empresarial. As reclamações dos empresários latino-americanos sobre seus governantes parece ir além dos discursos oficiais de representantes do setor privado. É o que mostra uma pesquisa inédita da consultoria espanhola Llorente & Cuenca, realizada com mil executivos e políticos, em sete países da América Latina e na Espanha. Pelo menos 76% dos empresários entrevistados não confiam nas ações do governo e 72% reclamam da insegurança jurídica em seus países.

No Brasil, onde a interação entre empresários e governo se intensificou com a crise, resultando em algumas das políticas anticíclicas anunciadas recentemente, o grau de insatisfação é semelhante a de países vizinhos como Venezuela e Argentina. Segundo a pesquisa, 84% dos homens de negócios brasileiros não confiam nas políticas de governo. E 96% acreditam ter pouca influência sobre a elaboração de políticas econômicas. “É o mesmo índice da Argentina, onde o relacionamento do setor privado com o governo é reconhecidamente ruim”, diz Thomas Traumann, diretor da LLorente & Cuenca e coordenador do estudo no País.

A falta de segurança jurídica para realização de negócios no Brasil é um dos pontos críticos da relação governo-empresariado. De acordo com a pesquisa, 85% dos executivos consideram o grau de segurança das leis nacionais ruim, muito ruim ou regular. Apenas no México e no Equador há mais reclamações sobre o tema. No âmbito internacional, a percepção sobre as políticas públicas também é negativa. Setenta e três por centro dos empresários do País não se sentem apoiados pela política externa do governo.

Boa parte do mau humor dos empresários se deve ao período de realização da pesquisa: entre outubro do ano passado e janeiro, auge da crise financeira. Mas a indisposição do setor privado com os políticos também está relacionada ao peso do governo na atividade econômica desses países. “Na América Latina, é a política oficial que faz o país andar”, diz Traumann. Por isso, a posição crítica ante as iniciativas governamentais.

Para Júlio Sérgio Gomes de Almeida, diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), entidade que reúne 45 representantes de grandes companhias nacionais, o sentimento dos empresários ouvidos na pesquisa reflete um amadurecimento do sistema democrático brasileiro. “Temos hoje um alto grau de representação para vários segmentos da sociedade. A maioria das decisões do governo são fruto do embate, da discussão, de forma que dificilmente algum grupo se considera influente”, diz Almeida.

Segundo o representante, a relação entre o empresariado e os governantes evoluiu nos últimos anos. Um componente dessa mudança é a criação, em 2003, do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão, vinculado à Presidência da República. O órgão reúne membros do governo e da sociedade civil, com objetivo de assessorar o presidente na elaboração de políticas. “O Conselhão foi um avanço na interlocução.”

A visão é compartilhada pelo diretor executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Fernandes. “O diálogo entre governo e setor privado tem aumentado nas mais diversas áreas.” Segundo ele, dentre os países da América Latina, o Brasil tem, ao lado do Chile, as instituições mais estruturadas, tanto na sociedade civil quanto no setor empresarial. “Mas os demais países da região têm muitos governos hostis ao setor privado, a exemplo de Equador, Venezuela e Bolívia.”

ADMIRADOS

A pesquisa da Llorente & Cuenca também apontou os políticos e empresários mais admirados entre os executivos da América Latina e Espanha. No Brasil, o político mais admirado é o presidente americano, Barack Obama, seguido pelo ex-presidente Bill Clinton e o presidente francês, Nicolas Sarkozy. Entre os preferidos latino-americanos, o empresariado brasileiro apontou, antes do seu próprio presidente, o colombiano Álvaro Uribe e a chilena Michele Bachelet.

Em outros países, como Espanha, México, Colômbia e Argentina, Luiz Inácio Lula da Silva foi apontado como o dirigente político da América Latina mais admirado, antes mesmo dos presidentes dessas nações. Entre todos os entrevistados, os governantes da região mais lembrados foram Uribe, Lula e Bachelet. Internacionalmente, a preferência ficou com Obama, Sarkozy e, novamente, Uribe.

Já nos negócios, os brasileiros indicaram Bill Gates, da Microsoft, Emílio Botín, do Santander, e Steve Jobs, da Apple, como os preferidos internacionalmente. Na América Latina, o presidente da Vale, Roger Agnelli é o segundo mais admirado, depois do mexicano Carlos Slim, da América Móvil. Emílio Azcárraga, da Televisa, é o terceiro melhor avaliado entre os empresários do País. Nos oito países pesquisados, Gates, Slim e Jobs também foram lembrados. O único brasileiro que aparece na lista é José Sérgio Gabrielli, da Petrobras (AE).

Brasileiro pesquisa na web e compra na loja

De InfoPlantão, de 26/06/09

Um estudo da Intel mostra que 64% dos brasileiros que compram computadores fazem pesquisas antes da aquisição.

No estudo, foram ouvidos consumidores de 12 países. Entre eles, o país onde as pessoas mais se preocupam em informar-se antes da compra é a Alemanha. Lá, 80% dos compradores fazem pesquisas preliminares. O Brasil empatou com a França com o índice mais baixo de pessoas que buscam informações antes ao comprar, 64%. O resultado sugere que brasileiros e franceses estariam um pouco mais propensos a realizar compras por impulso ou por influência de amigos ou de vendedores. Esses dados foram apresentados durante um evento da Intel em Maceió (AL).

Outro dado levantado é que o brasileiro demora, em geral, de 6 a 21 dias para concluir a compra de um computador. O tempo médio é 15 dias. Além disso, o estudo da Intel diz que, entre os entrevistados, 75% das compras são feitas em lojas físicas e 19% na web. Os demais fazem sua encomenda por telefone e outros métodos.

Entre os brasileiros que fazem pesquisas antes da compra, 97% usam a internet para isso. O estudo também aponta que 45% dos compradores brasileiros buscam informações em mídias sociais. Nesse campo, o destaque é para os blogs. O percentual de compradores que procuram informações em blogs triplicou no último ano, indo de 6% para 18%. “Em mercados emergentes, as redes sociais são mais importantes. Isso também acontece em lugares como Índia, México e China”, diz Elber Mazaro, diretor de marketing da Intel no Brasil.

Pesquisa Longevidade

Do InfoMoney, de 25/06/09

Idosos são responsáveis pelo sustento do lar, mostra pesquisa do Bradesco

Fato de os idosos serem os principais provedores das famílias é mais evidente entre pessoas da classe C

A maioria das pessoas com idade entre 55 e 73 anos sustentam os lares onde vivem. Esse é o caso de 80% dos 2 mil entrevistados para a pesquisa Longevidade Brasil, realizada pelo banco Bradesco e divulgada nesta quinta-feira (25).

Por outro lado, 19% dessas pessoas afirmam que são sustentadas. De acordo com o cientista social José Carlos Libânio, responsável pela pesquisa, o fato de os idosos serem os principais provedores das famílias está mais evidente na classe C, na qual 82% dos entrevistados mantêm as casas onde moram.

O estudo englobou as classes A, B e C, de seis cidades de todas as regiões do País, com exceção da grande região Norte. E realizou também grupos focais e pesquisas etnográficas no ano passado e este ano, de acordo com informações da Agência Brasil. O texto da pesquisa ressalta que, até 2050, cerca de 30% dos brasileiros terão integrantes com mais de 60 anos de idade.

Aposentadoria: dinheiro certo ou fardo?

Segundo Libânio, a aposentadoria é considerada um dinheiro “certo” e “constante” nas classes mais baixas, sendo maior do que o rendimento anterior ao benefício, adquirido por meio do mercado informal.

Por outro lado, entre as famílias com maior poder aquisitivo, a aposentadoria representa uma queda da renda, por conta das regras para o pagamento do benefício pelo governo, que corta, por exemplo, as gratificações.

“Para as classes mais pobres, o fato de poder contar com uma renda certa e segura faz toda a diferença. A partir da aposentadoria, a renda se torna constante, o que antes não podia acontecer”, afirma ele. “Ao se observar o Nordeste rural, onde há bolsões de pobreza, o aposentado tem um papel central nas famílias, porque é dele que vem o dinheiro fundamental de cada mês”.

Da Agência Brasil

Os resultados do estudo foram apresentados no 4º Fórum da Longevida, no Rio de Janeiro. O objetivo do evento é debater qualidade de vida, longevidade e a expectativa de vida no Brasil. O levantamento mapeia diversos aspectos do comportamento econômico e social dos idosos de várias cidades do país. É considerada uma das pesquisas mais completas sobre a terceira idade já realizada no Brasil.

Julgamento de ação contra instituto de pesquisa

Do Jornal Documento, de 25/06/09

Mantida sentença que julgou improcedente ação contra instituto de pesquisa

O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso manteve a sentença que julgou improcedente a representação ajuizada pela coligação “Pacto por Chapada” contra o Instituto de Pesquisa do Centro-Oeste (IPEC) e a coligação “Chapada a Frente” e Gilberto Schwarz de Melo, pela suposta prática de divulgação de pesquisa eleitoral não registrada. A decisão unânime acompanhou o voto do juiz relator Yale Sabo Mendes e o parecer do Ministério Público Eleitoral.

Em defesa os recorridos alegaram que não houve divulgação de pesquisa, posto que todas as pesquisas daquele Instituto são divulgadas por meio de site e não por meio de fotocópias e panfletagem. E, que existe um pedido de registro de pesquisa para o município de Chapada dos Guimarães, onde constam todas as informações legais exigidas.

Segundo o relator juiz Yale Sabo Mendes, não há provas nos autos do alegado pela coligação Pacto por Chapada, e por isso não há como condenar os supostos beneficiários ao pagamento de multa. “Deve haver a comprovação mediante provas inequívocas, e não meras fotocópias”, justificou Yale.

Pesquisa do Ministério da Saúde sobre comportamento sexual dos brasileiros

Do Último Segundo, de 18/06/09
Severino Motta, repórter em Brasília

Mais de 65% dos jovens usaram preservativo na última relação sexual, aponta pesquisa

BRASÍLIA – A maior pesquisa sobre o comportamento sexual dos brasileiros realizada pelo Ministério da Saúde revelou que 67,8% dos jovens entre 15 e 24 anos usaram preservativo na última relação sexual que tiveram com parceiros casuais. Tal dado, de acordo com o ministério, seria reflexo do envolvimento das escolas na prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s) e Aids, uma vez que na faixa que vai dos 50 aos 64 anos esse percentual ficou em 37,9%.

Mais de 10% dos jovens conheceram parceiros pela internet

Brasileiro faz mais sexo casual, mas usa menos camisinha

Pesquisa diz que 16% dos brasileiros traem seus parceiros

Nas diversas situações pesquisadas, o grupo mais jovem apresenta sempre os maiores resultados. Na primeira relação sexual, 60,9% dos entrevistados usaram camisinha. Na última relação sexual que tiveram antes de responder à pesquisa, foram 55%. Se consideradas todas as relações sexuais nos últimos 12 meses, 32,6% dos jovens de 15 a 24 anos usaram o preservativo. No mesmo período, mas com parceiro fixo, esse número cai para 30,7%. No caso das relações com parceiros sexuais casuais no último ano, 49,6% disseram ter feito uso da camisinha.

De acordo com a diretora do departamento de DST/Aids do ministério, “os jovens de hoje nasceram na era da Aids, por isso a relação com o preservativo é mais habitual”. Apesar disso, revela: após a primeira relação sexual o uso do preservativo cai de 60,9% para 50% nos jovens, o que mostra que o preservativo deixa de ser prioridade, em especial para as meninas, quando se estabelece confiança entre os parceiros.

É também nesta faixa etária que se registra o maior número de parceiros casuais. No último ano 14,6% dos jovens tiveram mais de cinco parceiras eventuais. No mesmo período, a população que vai dos 24 aos 29 anos o índice foi proporcionalmente a metade, com 7,2%.

A pesquisa ainda mostra que os jovens são os que mais pegam camisinhas nos serviços de saúde (37,5%). Na faixa de 24 a 29, o índice fica em 27%, acima dos 50 anos o número cai para 10,7%. Além disso, 17% dos jovens adquirem o preservativo diretamente na escola.

A pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde entrevistou oito mil pessoas entre 15 e 64 anos nos meses de setembro a novembro de 2008, nas cinco regiões brasileiras.